A Igreja do Rosário dos Pretos localizada na cidade de Areia, construída por escravos, ficou pequena nesse sábado (26) para o público que foi prestigiar o lançamento do livro “Escravidão: Do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares” do premiado escritor paranaense Laurentino Gomes. A atividade foi um dos pontos altos da abertura da I Feira Literária- FLAREIA.

Em sua palestra o escritor fez uma contextualização histórica sobre a escravidão no Brasil e disse que o tema é esquecido de forma proposital nos livros didáticos. “Temos uma história de heróis negros anônimos, que nunca tiveram voz”. Laurentino Gomes lembrou a mortandade de negros e de índios no passado e disse que não se consegue entender nenhum grande episódio de nossa história sem observar o “alicerce” da escravidão.

O escritor aproveitou o lançamento do livro para fazer críticas à condução da política no país, lembrou os indicadores sociais e cobrou providências.“Enquanto nós não permitirmos que os ex-escravos e seus descendentes tenham acesso à educação, moradia, saúde, segurança e emprego, o Brasil não vai ser um país digno dos nossos sonhos. É preciso que eles se incorporem a sociedade brasileira como cidadãos”.

Laurentino foi enfático ao dizer que o país abandonou sua população afrodescendente a própria sorte. “O Brasil recebeu quase 5 milhões de escravos africanos, temos uma história de dor e sofrimento que precisa ser corrigida” finalizou.

A I Feira Literária de Areia segue até o dia 01 de novembro com uma vasta programação. A FLAREIA é promovida pela Prefeitura Municipal em parceria com o Campus Areia do Instituto Federal da Paraíba.

DGCOM do IFPB