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Ciranda de palestras instiga participantes a abrirem a mente para novas ideias

Discussões aconteceram na manhã desta sexta-feira (27), durante a XII SECT
por publicado: 27/10/2017 19h37 última modificação: 30/10/2017 14h22

Pensar fora da caixa foi o eixo que uniu as discussões da última Ciranda de Palestras da XII Semana de Educação, Ciência e Tecnologia. Dentre os assuntos tematizados na manhã desta sexta-feira (27), no auditório José Marques, o educador, fotógrafo e artista plástico Ricardo Peixoto incitou a imaginação dos ouvintes por meio de um convite a resguardá-la.

“Preserve a Imaginação” foi uma palestra que apresentou recortes das vivências de Ricardo, direcionadas ao uso da arte como tensora de mundo. “Pensar a arte como forma de quebrar barreiras é algo que me interessa diretamente. O intuito da discussão foi mostrar um pouco dos projetos que participei nos meus 30 anos de carreira na área da imagem e da educação. Apresentei a Caixa Mágica, brincando com a luz através da fotografia sensorial, e a ocupação nos banheiros públicos da cidade que fiz enquanto artista visual. Também falei sobre a troca de experiências com as pessoas durante minhas andanças mundo afora”, detalhou.

Dentro de uma perspectiva filosófica e humanística, o artista leva valores pessoais para a prática profissional que o ajudam a se renovar, abrindo a mente para novas ideias. Quando ministra oficinas fotográficas sobre percepção do olhar, por exemplo, ele utiliza dinâmicas, exercícios de relaxamento, respiração e alongamento com o objetivo de estimular a imaginação e a percepção sensorial. “Se apoderar da nossa respiração, fazendo com que o oxigênio transite por cada parte do nosso corpo, abre os caminhos do nosso processo de criação, ideias e valores”, explicou.

Noutro momento, a palestra do cacique Ednaldo dos Santos chamou a atenção dos participantes do evento para uma trajetória de luta e resistência: o líder era atleta do time luso Benfica quando deixou a vida de jogador de futebol para resgatar a história dos índios Tabajara, na Paraíba. “Decidi lutar para restaurar a cultura do nosso povo”, bradou.

Ele ressaltou como percalço inicial do resgate o fato de, no princípio, não conhecer todo o povo Tabajara, que foram reunidos aos poucos. De ano a ano, os indígenas conseguiram documentação histórica, alianças e brigaram por seu território. Hoje, estão restabelecendo sua cultura em aldeia, na Barra de Gramame, criando um sentimento de identidade. O cacique considera a cultura indígena como pilar de fortalecimento: “Quando você precisa, as coisas não estão prontas. Tem que ir na mata pegar o jenipapo para fazer tinta; pegar o urucum pra se pintar; pegar saia para poder se vestir; pegar madeira para fazer arcos e flechas. Não é só ‘Tá aqui, toma!’, e sim ‘Tem na mata, vamos buscar’”.

Quanto à mudança radical que empreendeu na sua vida, Ednaldo relatou que está no caminho certo, e percebe isso quando vê as crianças tocando maracá (instrumento musical), dançando Toré (ritmo de roda), se pintando e mostrando vontade de participar de eventos que terão a participação da tribo. “Os pequenos são os primeiros a dizer que querem ir. Chamam a gente e choram se não puderem. Isso não tem preço no mundo que pague. O caminho começa pelas crianças, fomos criados fora dos nossos costumes e estamos vendo filhos e netos voltando à preservar a cultura indígena como era antigamente.”

Logo após o momento no auditório, houve apresentação cultural pela tribo, no pátio do IFPB. O evento também contou com discussões no eixo de gestão e cidades sustentáveis, experiências no sistema socioeducativo, entre outras.

 

Comunicação Social do campus João Pessoa

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