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Acessibilidade visual na sala de aula

Esta edição do Fique por Dentro traz algumas dicas para tornar aulas acessíveis para estudantes com deficiência visual.
publicado: 24/04/2023 16h12 última modificação: 24/04/2023 16h12

              Você é professor de estudantes com deficiência visual e tem dúvidas sobre como incluí-los nas suas aulas?

            Esta edição do Fique por Dentro traz algumas dicas para tornar aulas acessíveis para estudantes com deficiência visual.

Conheça o estudante e identifique as possibilidades

            Pergunte ao estudante quais suas necessidades e sugestões para tornar as aulas acessíveis, como ele tem acesso a conteúdos da disciplina, que recursos usa para ler, escrever, ter acesso a imagens e realizar operações matemáticas, como ele gostaria de ter acesso ao conteúdo, como foram promovidas as atividades e avaliações nos anos anteriores e que ajustes podem ser feitos na organização, na iluminação e no mobiliário da sala de aula.

            Além disso, procure saber que estratégias foram adotadas pelos professores nos anos anteriores e veja também com professores das outras disciplinas no ano corrente quais estratégias eles estão promovendo. Pense se algumas delas são viáveis para a sua disciplina.

            Também é fundamental trabalhar em conjunto com o setor que oferta apoios como produção de material acessível, disponibilização de tecnologias assistivas e transcrição do material em Braille para a escrita convencional. Dependendo da instituição, esse setor pode ser NAPNE, núcleo de inclusão, sala de recursos ou até um setor externo. Leia a postagem Alguns apoios para estudantes com deficiência visual.

            O conteúdo e o nível de exigência serão os mesmos, mas as aulas, atividades e avaliações serão promovidas através de estratégias que exploram as tecnologias assistivas e os sentidos remanescentes. Quando a atividade for essencialmente visual e não for possível promover adequações para participação do estudante, deve ser proposta uma atividade alternativa.

Algumas sugestões práticas

  • A luz na sala de aula não deve incidir sobre o quadro nem sobre o material didático. Se o estudante precisar mais de luz, pode se sentar próximo à janela ou ter uma luminária na carteira. Caso ele precise de redução da luminosidade, pode usar óculos escuros ou outro recurso. A iluminação também pode ser regulada com o uso de cortinas. O ajuste deve considerar o conforto visual para todos;
  • Fale diretamente com o estudante;
  • Não use palavras que dependem da visão para ser entendidas. Em vez de apontar e dizer “este” ou “aquele”, nomeie o que você está apontando: “o numerador”, “o denominador”, etc. Também seja claro ao indicar localização ou direções. Em vez de dizer “aqui”, “lá”, etc., fale de forma mais precisa: “à sua direita”, “dois passos a sua frente”, etc.;
  • Disponibilize documentos digitais acessíveis. Nos casos dos materiais que precisam ser adaptados ou impressos em formato acessível, envie-os com antecedência ao setor que fará as adaptações, para que o estudante os receba a tempo. Consulte a postagem Textos acessíveis para pessoas com deficiência visual;
  • Descreva as imagens necessárias à compreensão da informação, exibidas em sala, presentes nos materiais impressos, em vídeos e filmes. É interessante que estes já tenham o recurso de audiodescrição, mas caso não encontre uma versão com AD, descreva as imagens. No caso de filmes estrangeiros, opte sempre por versões dubladas. Também é válido enviar um resumo da obra antecipadamente para o estudante. Consulte a postagem A audiodescrição e o uso dos seus princípios nas descrições informais;
  • O quadro, papéis e outras superfícies devem ser foscos, pois se forem brilhosos podem prejudicar o estudante com baixa visão. O giz deve contrastar com a lousa e não causar reflexo se receber incidência de luz;
  • Aumente o tamanho das letras e o espaço entre as palavras e permita que o estudante com baixa visão se aproxime da lousa para ler. Para os estudantes que não podem ler na escrita convencional, como estudantes cegos, leia os textos expostos em sala de aula, permita que outra pessoa os leia ou disponibilize-os antes em formato acessível;
  • Amplie os prazos: pode ser que o estudante não receba o material a tempo, ou ainda esteja aprendendo a usar tecnologias assistivas, ou precise de mais tempo para ler. Atividades que requerem o uso da visão residual também podem demandar mais tempo. A convivência com o estudante e a parceria com os profissionais que o apoiam pode ajudar você a planejar a flexibilização.


Leia mais

Você pode encontrar outras dicas na postagem Papéis e ações cotidianas na promoção da inclusão de pessoas com deficiência e em outros textos do Fique por Dentro sobre deficiência visual. Também recomendamos os materiais a seguir:

A Audiodescrição como Tecnologia em livro didático: um guia de orientação aos professores da educação básica - Nascimento - arquivo em PDF

A AUDIODESCRIÇÃO NA ESCOLA: ABRINDO CAMINHOS PARA LEITURA DE MUNDO - Motta - arquivo em pdf;

Confecção de material pedagógico acessível com foco na deficiência visual - Sonza et al - arquivo em pdf

Manual de Acessibilidade em documentos digitais - Salton et al - arquivo em pdf