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Campus Sousa participa de reunião com entidades nordestinas e comitiva chinesa para discutir a produção de energias renováveis no Sertão

Encontro visa conseguir o apoio da China para a implantação de parques energéticos no semiárido
por Amanda Tavares de Melo publicado: 25/07/2023 17h00 última modificação: 25/07/2023 17h00

No último dia 16, o IFPB Campus Sousa participou de um encontro entre diversas organizações do Nordeste do Brasil e uma comitiva chinesa que veio em uma missão institucional à região. O campus foi representado pelo Diretor-geral Chico Nogueira, que se reuniu com representantes de instituições governamentais e da sociedade civil como o Instituto Nacional do Semiárido (INSA), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), o Comitê de Energias Renováveis do Semiárido (Cersa) e a Universidade Agrícola da China (CAU).

O Diretor foi convidado para participar da reunião por representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), em reconhecimento ao papel do campus para a agricultura familiar da região. A pauta do encontro girou em torno da implantação de parques energéticos voltados para a produção de energia solar no semiárido nordestino.

Além do diretor Chico Nogueira, também esteve presente no encontro o professor do IFPB Campus João Pessoa e membro do Comitê de Energias Renováveis do Semiárido (Cersa), Walmeran Trindade Júnior, especialista em temas como energias renováveis, transição energética popular e educação tecnológica popular. O docente ressaltou a importância da articulação com a China e com os movimentos sociais locais para desenvolver conjuntamente essas pautas.

“Já há uns dois ou três anos eu venho interagindo com o MST Paraíba sobre a transição energética e a chegada dos parques de energia nos assentamentos do MST. Essa nossa articulação com eles coincidiu com a articulação que o MST tem com a China em diversas frentes, que incluem, por exemplo, máquinas agrícolas para a agricultura familiar, produção de bioinsumos e agora a transição energética. Então, aproveitando essa visita da comitiva chinesa e da Universidade Agrícola da China, abordamos também a questão das energias renováveis, discutindo como a universidade chinesa pode evoluir para também apoiar ações em prol da transição energética nos assentamentos do MST. Foi uma primeira conversa em que ficou encaminhado que eles vão estudar os possíveis caminhos para efetivarmos uma cooperação técnica que possa envolver o IFPB e a Universidade Agrícola da China”, explicou o professor.

Outro participante das reuniões com a comitiva chinesa foi o pesquisador do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Aldrin Marin, que destacou o papel estratégico das parcerias com a China para a região. “Eu particularmente considero que é uma importante iniciativa do Nordeste restabelecer essa parceria com a China porque, tanto o Brasil quanto a China, fazem parte do que se conhece como o Sul Global. Atualmente, a China é a principal potência econômica dessa região e está promovendo o desenvolvimento de várias partes do mundo, especialmente dos países que compõem o Sul Global, então o Brasil não pode ficar fora dessa iniciativa. Nessa última reunião, os chineses vieram ao Rio Grande do Norte para conversar sobre a testagem de máquinas agrícolas para a agricultura familiar realizada no nordeste brasileiro, e as energias renováveis, o que ensejou a possibilidade de a China apoiar a formação de cooperativas e minifábricas para a fabricação de painéis solares aqui na região Nordeste”, declarou o pesquisador.

Ainda segundo Aldrin, “a ideia, com isso, é implementar um modelo de negócio focado na energia descentralizada, de forma que o potencial do Sertão fique efetivamente com as pessoas do semiárido, diferentemente do que vem acontecendo atualmente. Hoje, o potencial energético local tem sido aproveitado prioritariamente por grupos empresariais externos que exploram a energia e contribuem com a crise climática ao promover o desmatamento e a retirada das comunidades locais de seus territórios de origem. Para romper esse ciclo, acredito que a parceria com a China e com outras organizações nacionais e internacionais é muito importante para o desenvolvimento local de forma sustentável, inclusiva e justa para todos que vivem no semiárido hoje”, afirmou.

O Diretor-geral do Campus Sousa, professor Chico Nogueira, também endossou a importância das articulações com a China para fortalecer a atuação da agricultura familiar no semiárido nordestino e para levar energia limpa e sustentável para as comunidades rurais da região.

O gestor lembrou ainda que a participação do campus no encontro com a comitiva chinesa aconteceu no mesmo momento em que a Reitora do IFPB, professora Mary Roberta Marinho, participava de uma missão institucional na China para captar novas parcerias e investimentos para o Instituto Federal da Paraíba. “Essa sinergia de atividades mostra que estamos olhando para a mesma direção e atuando em diversas frentes para trazer melhorias para as diversas unidades do IFPB, os campi e a reitoria, de forma a trazer tecnologia e inovação para os nossos processos educativos, mas também a participar de iniciativas que tragam desenvolvimento social, econômico e ambiental para as regiões em que atuamos”, concluiu Chico Nogueira.

O Diretor destacou que a parceria da comitiva chinesa com o nordeste brasileiro pode trazer ainda mais frutos para a região e para o Campus Sousa. De acordo com o diretor, além da pauta das energias renováveis, os membros da Universidade Agrícola da China discutiram em encontros pregressos com instituições nordestinas a doação e a testagem de máquinas agrícolas para a agricultura familiar da região.

Em articulação com o Secretário de Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte (Sedraf-RN), Alexandre Lima, que tem promovido os diálogos com a comitiva chinesa em torno da experimentação e avaliação das máquinas agrícolas, o Campus Sousa está negociando a sua participação na rede de instituições que vão testar essas máquinas, ao lado de instituições como a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), a Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) e o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN).

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