Na última quinta-feira (21), o Campus Sousa viveu um dia histórico: o dia de retomada das atividades do Programa Mulheres Mil, uma iniciativa criada em 2011 para promover políticas públicas e diretrizes governamentais voltadas para a inclusão educacional e produtiva de mulheres em situação de vulnerabilidade social. Nesta edição do programa, o Campus Sousa está ofertando um curso para um público especialmente importante para a instituição e para o município de Sousa (PB): as mulheres da comunidade cigana Calon, que fazem parte da maior comunidade cigana da América Latina, segundo dados do Governo do Estado.

A edição 2024 do Mulheres Mil ofertou quarenta vagas para o Curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) de Salgadeira, uma ocupação alinhada a uma das principais vocações econômicas de Sousa e da região: a produção e a comercialização de alimentos. Todas as vagas disponibilizadas pelo programa foram ocupadas por mulheres ciganas cujos filhos e filhas estudam na Escola Irmã Maria Iraídes Holanda Lavor, uma parceira de longa data do Campus Sousa. Outros parceiros fundamentais para a viabilização do curso foram a Prefeitura de Sousa, por meio da Secretaria de Educação, e o Sebrae Paraíba.

A cerimônia de abertura dos trabalhos do curso contou com a participação de membros da gestão do campus e da coordenação do Mulheres Mil na unidade, de representantes das instituições parceiras e com as 40 alunas ingressantes na turma. Em suas falas, todos os componentes da mesa de honra do evento enfatizaram o compromisso contínuo com a inclusão social, com a geração de trabalho e renda e a promoção da igualdade de gênero.

O Diretor-geral do Campus Sousa, professor Chico Nogueira, destacou o teor histórico da oferta de um curso integralmente gratuito de qualificação profissional para as mulheres da comunidade cigana Calon. “Este é um momento de grande emoção para todos nós porque enfrentamos muitos desafios para estar onde estamos e porque sabemos, por experiência própria, que a educação é o maior motor de transformação das vidas das pessoas. Então, tudo o que pudermos fazer para incluir essas pessoas nós vamos fazer. Principalmente para abrir espaços para essas mulheres, que, pelo simples fato de serem ciganas, já recebem diversos ‘carimbos’ que não representam nem um pouco quem elas são nem quem serão no futuro. Estamos aqui hoje para, junto com vocês, construir novas oportunidades, para mostrar quem somos. Esta casa é de vocês”, afirmou o Diretor.

A Coordenadora Adjunta do Programa Mulheres Mil no Campus Sousa, Joselma Carneiro, também falou sobre a oferta de educação técnica e profissional como uma política de inclusão social. “Durante as aulas do curso FIC, as estudantes terão a oportunidade de aprender não apenas os elementos técnicos da fabricação de salgados, mas também de ter contato com temas como direitos e deveres das mulheres, empreendedorismo, economia solidária, saúde e elevação da autoestima, buscando promover a inclusão produtiva, a ascensão no mercado de trabalho e o pleno exercício da cidadania dessas mulheres. O nosso desejo é que vocês possam tirar o máximo proveito desta oportunidade e a partir daqui lutar para ter ainda mais possibilidades de crescimento profissional, acadêmico e pessoal”, concluiu Joselma.