Preamar recomenda proposta da SEPLAN para conter erosão no Bessa

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IV Reunião do Painel Científico foi realizada nesta quinta-feira (30) na Cinep

Um trecho de 600m da orla do Bessa, em João Pessoa, vai passar por melhorias para conter o avanço da erosão costeira. A proposta da obra em caráter emergencial feita pela Secretaria de Planejamento (SEPLAN), foi analisada pelo Programa Estratégico de Estruturas Artificiais Marinhas (Preamar-PB) e as conclusões foram apresentadas na última reunião deste ano do Comitê de Acompanhamento Costeiro.

O encontro foi realizado nesta quinta-feira (30) no auditório da Cinep, em Jaguaribe. A mesa de abertura contou com as presenças do procurador da República João Raphael Lima, coordenador científico do Preamar, Cláudio Dybas, Secretário Municipal de Meio Ambiente, Welisson Silveira e Henrique Candeia, Diretor de Operações da Cinep e representante da Companhia no Painel Científico.

Na Nota Técnica apresentada, os pesquisadores analisaram o trecho delimitado pelo projeto de contenção, que vai do maceió do Bessa até o início da praia do Bessa, ao norte, e que apresenta alto grau de vulnerabilidade à erosão costeira. Após visitas e análises técnicas realizadas no local foram observados obstáculos à circulação de pedestres na faixa de areia, limitações de acesso seguro às atividades aquáticas e comprometimento da qualidade paisagística.

Além das questões geofísicas, o documento avaliou cenários diversificados considerando a biodiversidade e a socioeconomia da região e chama a atenção para os recifes conhecidos como “Caribessa” que abrigam uma rica biodiversidade marinha, turismo náutico e o mergulho praticados na região.

A proposta da SEPLAN prevê, entre outras ações, a melhoria das condições de acesso na orla, a retirada de rochas, entulhos e antigos gabiões, e a construção emergencial de uma estrutura rígida de contenção (sea wall) em aço e concreto.

Considerações do Preamar

-A intervenção proposta pode ser adotada emergencialmente, aplicada apenas no trecho delimitado;

-Necessidade de soluções sustentáveis e baseadas na natureza, buscando restaurar o equilíbrio sedimentar regional que estão sendo estudadas pelo Preamar;

-É imprescindível um Plano de Manejo Costeiro abrangente, com visão regional e de longo prazo para toda a área do Bessa.

O Preamar também sugeriu a suspensão da construção de novos empreendimentos em trechos considerados de alta vulnerabilidade por um período de seis meses, até a conclusão de estudos em andamento. A recomendação foi acatada pelo Ministério Público Federal.

Ao final da reunião, os coordenadores das diversas áreas do Preamar apresentaram um balanço das atividades realizadas em 2025, destacando os avanços científicos e institucionais do programa.

O procurador da República João Raphael enalteceu o trabalho coletivo dos pesquisadores do Preamar e disse que “só o conhecimento científico de diversas áreas é capaz de resolver questões emergenciais como esta da erosão costeira”.

“A presença do Estado nesse debate é estratégica, pois cada intervenção na orla precisa garantir não apenas a conservação do patrimônio, mas também a segurança das atividades produtivas, o estímulo ao turismo sustentável e a preservação dos investimentos públicos e privados ao longo do litoral paraibano” disse Henrique Candeia, Diretor de Operações da Cinep.

*Texto e fotos: Heranir Oliveira- Equipe DGCOM