De estudante a professor: conheça Mateus Máximo
Docente relata a Jornada no IFPB que o levou a grandes conquistas junto com os colegas
A trajetória do professor Mateus Assis Máximo de Lima não é raridade no Instituto Federal da Paraíba, felizmente. É um daqueles bons exemplos de um egresso da instituição que hoje é docente e devolve aos estudantes todo o incentivo e dedicação que recebeu. Encerramos a nossa campanha de homenagem no mês dos estudantes, contando mais uma “Jornada no IFPB”, repleta de conquistas e alegrias.
Mateus Máximo é professor do Campus João Pessoa do IFPB e dá aulas no mesmo prédio onde ingressou ainda nos tempos da Escola Técnica Federal da Paraíba (ETFPB). Ele foi do último ano do pró-técnico, época da antiga oitava série que preparava para ingressar na instituição. “Na verdade, minha história é anterior, meu pai estudou na Escola Industrial, então minha vida já se entrelaça com a da instituição há mais tempo”, confessa.
Quando ingressou no curso técnico em Eletrônica, sua vivência se ampliou. “Meu cotidiano era muito rico, tinha muitos amigos que, aliás, são meus amigos até hoje, tenho contato com a maioria deles. Alguns fizeram Engenharia Elétrica na UFCG comigo. Participava da Semadec, Semana de Esportes e Cultura, jogava basquete pela seleção da Escola Técnica. Participei de dois nordestões, que eram campeonatos das escolas técnicas, que foram em Maceió e Fortaleza. Formei uma banda, tocava pandeiro e cavaquinho, e tenho amigos que até hoje vivem de música. Tive oportunidade de trabalhar nesta vertente da música, ainda toco e é algo que faz parte do meu dia a dia”, relembra Mateus.
A carreira de professor foi uma consequência do seu interesse por pesquisa e atuação em projetos. “Eu sempre gostei de ensino, mas não me imaginava professor. Fui professor mais tardiamente, comparando com outros colegas. Mas, sempre trabalhei em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Desde a universidade, já trabalhava em projetos com grandes empresas, multinacionais, quando estava na UFCG”, conta. Na época do técnico, o estágio obrigatório foi em planejamento de redes telefônicas, algo que o aproximou do cotidiano e dos problemas das empresas de tecnologia, pela primeira vez.
“Depois de 12 anos que trabalhava em projetos, pensei em ser professor, para que dentro do IF pudesse criar uma estrutura similar com a qual eu fui treinado e cresci nesse ramo de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Ingressei como docente em 2015 e em 2016 criei o Assert junto com outros amigos que tinham esta mesma intenção, de trabalhar com pesquisa aplicada e fazer projetos com empresas”, comentou Mateus.
Hoje ele coordena o Assert junto com a professora Juliana Dantas, de Informática, e o professor André Felipe, de Mecânica, para onde convergem a maior parte dos projetos. Mateus diz que fez questão de trabalhar em diversos ramos da inovação, como a Diretoria de Inovação Tecnológica, na Coordenação de Prospecção, bem como dentro do Polo de Inovação, e também foi coordenador da Embrapii, no momento da implantação.
Sobre a experiência dos tempos de estudante na Escola Técnica, ele ressalta que trouxe resultados para o resto da vida. “Minha vivência era realmente muito rica. Tinha essa vertente do esporte, esta vertente da arte, muitos amigos, possibilidades de interagir com pessoas das mais diversas realidades, o que me fez crescer muito. Com relação a oportunidades, hoje tem bem mais, principalmente quando se fala em trabalhar com projetos para empresas”, destaca Mateus, que também já fez parte do Conselho de Inovação do IFPB e é um dos agentes do ecossistema de inovação.
Indagado se o fato de ter estudado na mesma instituição onde dá aulas é um facilitador na interação com as suas turmas, ele confirma. “Já gera uma identificação das pessoas. Hoje compreendo a realidade de muitos, porque ou era a minha ou era a realidade dos que conviveram comigo. Consigo traçar um paralelo, vamos dizer assim, fazer um histórico da instituição”, relata. Além do pai que estudou na antiga Escola Industrial, o irmão mais velho de Mateus também fez Edificações na instituição e hoje trabalha no setor de Engenharia da Caixa Econômica Federal.
Atualmente, Mateus é professor nos cursos superiores de Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e Automação Industrial, mas destaca o diferencial do IFPB para os estudantes do técnico que é de dar vivência e oportunidades que já preparam para o que vão encontrar na graduação.
Mateus fez questão de destacar o sucesso dos colegas com os quais partilhou o ensino técnico na instituição quando era aluno. Entre eles, muitos são professores universitários, alguns são docentes do IFPB, três trabalham na Petrobras, tem ex-colega que é chefe de plataforma de petróleo, outro foi o primeiro colocado na Academia Militar das Agulhas Negras, tem delegado, advogados, jogador, músico.
“Enfim, muita gente que teve oportunidade de estudar e os caminhos podem ser os mais distintos. Às vezes, víamos uma realidade difícil de alguns, que passavam por dificuldades, mas tinham em mente que eram só obstáculos a serem superados”, resumiu Mateus. O recado de Mateus deixa claro que não tem como a vida de alguém não ser transformada positivamente com as oportunidades e vivências partilhadas em meio a Jornada no IFPB.




