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Os novos desafios de ser professor

Conheça a trajetórias de docentes, que tiveram que se reinventar durante as atividades de ensino não presenciais
por publicado: 15/10/2020 10h41 última modificação: 15/10/2020 16h47

O personagem que faz parte da vida da maioria das pessoas na infância, adolescência, juventude e vida adulta teve que se reinventar mais uma vez para cumprir seu papel social. Nesse dia do professor, o campus João Pessoa homenageia todos os docentes compartilhando um pouco da trajetória dos professores Olga Nascimento e Emmanoel Rufino.

A professora de Artes Visuais do Campus João Pessoa conta que desde sua adolescência sentia o desejo de lecionar e que com apenas 13 anos ministrou sua primeira aula, na sua cidade natal, Aguiar (localizada no sertão paraibano). “Na época cursava a 6ª série e um dia fui chamada às pressas pela diretora do grupo escolar, que sabia da minha vontade de ser professora, para dar aula para crianças do Primário, pois a professora havia faltado”. Isso aconteceu em 1975 e marcou a história da professora Olga, que disse ter gostado muito da experiência.

A escolha da área de artes surgiu do interesse em observar imagens de objetos, pessoas e a natureza. Olga também sempre gostou das artes manuais, como pontos de bordado e crochê, que aprendeu quando era criança e que estão relacionadas ao seu fazer artístico. “Hoje tenho como hobby a pintura em tecido, prática que quero me dedicar mais intensamente quando me aposentar”, pondera a docente.

Já o professor de Filosofia revela que sua escolha pela docência veio por meio de outra vocação. “Ser professor não foi um acidente em minha trajetória de vida, por mais que o modo pelo qual me encontrei com a docência tenha se dado por uma vocação à parte (e para muitos exótica) que em mim aflorou no início da fase adulta: o sacerdócio”, relembra.

Emmanoel Rufino teve sua formação docente enquanto estava no seminário estudando para ser padre, de 2005 a 2008. Ele afirma que essa não foi apenas uma escolha de profissão, mas que ser professor faz parte da sua essência. “Não enxergo uma profissão em que eu seria mais feliz do que exercendo a docência, sou professor por vocação. Mesmo não tendo seguido a vida eclesiástica, minha vida continuou sendo coerente com minha vocação sacerdotal. A educação exige um dedicado amor pelo ser humano: é um sacerdócio”, conclui.

Em meio a pandemia, outros obstáculos e ensinamentos se mostraram aos docentes e eles tiveram que se adaptar a uma nova rotina na prática docente. Para muitos, o uso mais intenso dos recursos tecnológicos foi um desafio, que trouxe lições importantes para o cotidiano. “Um fator importante para essa adaptação foi e está sendo o trabalho em equipe. Não estamos trabalhando sozinhos. Qualquer dificuldade sabemos que podemos contar como os demais colegas, independente até de hierarquia”, destaca a professora Olga.

A docente também reforça que esse tem sido mais um momento para reconhecer que todos estão em um processo contínuo de aprendizagem. “Em se tratando de nós professores, não há como não estar em constante formação, pois, como dizia Paulo Freire: ‘o mundo não é, o mundo está sendo’”, reforça.

Para o professor Emmanoel, houve um certo desconforto inicial na adaptação às Atividades de Ensino Não Presenciais (AENPs), ocasionado pelo receio do desconhecido. Tudo isso, no entanto, está sendo superado graças à dedicação da equipe que preparou as AENP’s e, principalmente, e à ânsia e dedicação dos estudantes em aprender. O docente concorda com a colega ao reafirmar que é preciso “sempre aprender a aprender, porque o mundo é mutável, apesar da certeza dos seus desafios constantes”.

Com as AENP’s, a tela do computador se tornou o espaço virtual do reencontro entre docentes e estudantes. Mesmo mediado por uma tecnologia, o relacionamento parece não ter sofrido com a distância e o tempo. “Foi e está sendo gratificante. Há entre nós uma troca de conhecimentos. Eu diria que o reencontrar dessa forma nos colocou, mais ainda, numa postura de horizontalidade no processo de ensino e aprendizagem, onde não há um único detentor do saber, mas todos nós aprendemos juntos, através de uma relação dialógica e afetiva”, frisa Olga.

“Por mais que o filósofo francês Pierre Lévy nos advirta corretamente que, no universo ciberespacial em que vivemos, o “virtual” não é o avesso do “real”, o contato remoto nos faz perder a proximidade física, por nos dar acesso a aprendizados que pegam carona nos conteúdos que lecionamos”, completa Emmanoel.

Com esses relatos, o Campus João Pessoa homenageia cada docente que, independente dos desafios, tem dedicado sua vida a nobre missão de transmitir e compartilhar o conhecimento ao estabelecer trocas de experiências e aprendizados com seus alunos.

 

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