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Dia do Surdo: palestra motivacional e sobre a cultura surda marcam comemoração

As atividades ocorreram nos turnos da manhã e tarde do dia 26
por publicado: 27/09/2019 12h07 última modificação: 27/09/2019 12h07

Em alusão ao Dia Nacional do Surdo, a Coordenação de Apoio às Pessoas com Necessidades Específicas (Coapne) promoveu o evento VILIBRAS, na última quinta-feira (26), com a realização de palestras e oficinas.

No turno da manhã palestrantes surdos apresentaram um pouco de suas experiências. Um deles foi o professor substituto de Libras do IFPB Campus João Pessoa, João Marcelo Rabelo, que falou sobre a importância de os surdos estimularem a interação com os ouvintes.

Já a professora de Libras do IFPB Campus Cajazeira Flávia Lima contou sobre sua atuação como bolsista no projeto de extensão que desenvolveu na Universidade Federal da Paraíba “Projeto Cordel em Libras: Uma tradução para surdos”. A iniciativa surgiu da observação da reação de alguns surdos diante de shows de repentistas, que geralmente pensam que os repentistas estão brigando.

A docente disse que iniciativa ajudou a fazer com que os surdos conhecessem mais da cultura nordestina, já que a Língua Portuguesa não conseguia traduzir os significados das expressões para os surdos e que a primeira língua deles é a Libras. Durante a realização do projeto, foi criado um dicionário de literatura de cordel para Libras, formado por sinais específicos para determinadas palavras e expressões.

O professor da UFPB, Robson Peixoto começou seu relato enaltecendo a data, reforçando que o Dia Nacional do Surdo deve ser celebrado em todo o país e afirmado que tinha orgulho em ser surdo. Robson contou um pouco de sua história, lembrando que antigamente as escolas não tinham intérpretes de Libras e, por isso, o processo de inclusão era muito difícil, o que fez com que ele fosse reprovado várias vezes no Ensino Fundamental.

“Os ouvintes me provocavam muito porque eu reprovei cinco vezes a mesma série. E eu me angustiava muito porque não passava de ano”, recorda. A história dele mudou quando foi estudar à noite e uma professora orientou a mãe dele a matriculá-lo no Instituto Nacional do Ensino de Surdos (INES), no Rio de Janeiro, onde moravam.

“Depois nunca foi reprovado. Comecei a aprender a Língua de Sinais e passei a me motivar, a estudar e descobri minha inteligência”, contou. Ele mudou para a Paraíba, onde cursou a graduação de Letras-Libras na UFPB e também fez mestrado.

“Vocês também são capazes, aproveitem o momento de hoje e reivindiquem seus direitos. Não desistam, se fortaleçam, se motivem, vocês são capazes. O IFPB oferece diversas oportunidades para vocês para vocês crescerem. Não fiquem parados, vocês também podem, vocês são capazes e inteligentes”, assim Robson deu seu recado para estudantes.

À tarde aconteceram as oficinas de Interpretação de Libras e Slam/Poesia, essa última ministrada por Tamara Machado. A servidora do campus João Pessoa explicou que o Slam para surdos surgiu nos Estados Unidos, em 2005, através de Douglas Ridioff. No Brasil, a competição de poesia falada tem como percussoras as poetizas Catharine Moreira e Amanda Lioli.

Para esclarecer aos participantes da oficina, Thamara destacou que Slam não é romantismo, é uma crítica, uma forma de expressão sobre algo, por exemplo, política e empoderamento feminino. “Há ainda outras três características que regem o Slam: deve ser autoral da pessoa que se apresenta, não pode ser utilizado nada chamativo para produzi-lo, como adereços e fantasias e deve ser apresentado em três minutos”.

 

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