Você está aqui: Página Inicial > João Pessoa > Notícias > 2016 > 11 > Palestras e oficinas marcam celebração do Dia da Consciência Negra

Noticia

Palestras e oficinas marcam celebração do Dia da Consciência Negra

Palestras lembraram a importância do combate ao preconceito e racismo
por publicado: 22/11/2016 14h48 última modificação: 22/11/2016 14h48

Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, diversas atividades foram realizadas no Campus João Pessoa, nos dias 21 e 22. Palestras, oficinas e apresentações culturais tiveram como objetivo refletir sobre a importância de se combater o preconceito e o racismo.

"Que consciência é essa? É ter a consciência da negritude de cada um de nós e de um povo que construiu esse país. Por isso, cada estudo e pesquisa sobre a negritude traz essa consciência ao país", ressaltou a pedagoga Maria José Dantas. Ela também falou como é importante que as pessoas tenham orgulho de sua afrodescendência para fortalecer a consciência negra no Brasil.

Já a professora Yara Rabay destacou a relevância de levar em conta as relações étnico-raciais nas discussões dos currículos de várias disciplinas como Português, Artes, História e outras. "Esse é um bom momento para refletirmos sobre as grandes contribuições artísticas, culturais, culinárias e outras da população afrodescendente", afirmou.

A turbanteira e comunicóloga, Andrea Lopes, falou como realizou uma pesquisa sobre o uso do turbante, a origem dos tecidos, formas geométricas e como cada região da África utiliza e fabrica esse adereço que possui diversas significações. "No Brasil não tem muita literatura sobre turbante. A partir do meu TCC construí uma série de programas de rádio, um portal, cursos e palestras", disse Andrea.

Durante a palestra, Andrea trouxe vídeos e depoimentos mostrando que o preconceito e racismo está ligado a não aceitação das características físicas próprias da etnia negra, como a cor da pele e, principalmente, o cabelo. "O turbante é uma das ferramentas que utilizamos contra o racismo", comentou ao falar que para combater os estereótipos de beleza da sociedade é preciso resgatar a autoestima e valorizar a beleza negra.

Na atividade sobre capoeira, o mestre Wilson "Guerreiro", contou um pouco da história dessa arte e como ela esteve presente em muitos momentos da história do Brasil. Guerreiro contou que em algumas pesquisas sobre Capoeira revelaram que a origem dela é o Brasil, mas que agregou diversos elementos de culturas de diferentes países africanos.

"A capoeira é afrobrasileira e nasceu na senzala, quando os escravos se reuniam para tentar escapar. Para camuflar a luta, eles misturaram a luta com dança, em rodas com rituais de batuques. Daí surgiram os movimentos, a ginga da capoeira", contou Guerreiro. O mestre de capoeira, também relatou que sociólogos, antropólogos e historiadores relatam que, além de ser usada como forma de resistência em quilombos, a capoeira também foi utilizada em combates, como a Guerra do Paraguai.

Wilson falou como a prática dessa arte tem ajudado a proporcionar um futuro melhor para meninos e meninas em vulnerabilidade social. Guerreiro é um dos mestres do Grupo Candeias de Capoeira, que atua em algumas comunidades e tem mudado a realidade de crianças, adolescente e jovens. Um deles foi Gabriel, que é da cidade de Queimadas.

"Aos sete anos eu já entrei para o trabalho infantil. Eu fazia frete na feira da cidade. Alguns anos depois eu fui trabalhar num lavajato, de segunda a sexta, e só ganhava R$ 60,00. Eu era agressivo e não tinha respeito com ninguém. Minha vida se transformou depois da capoeira", afirmou Gabriel ao lembrar dos benefícios que a prática da capoeira trouxe para sua vida.

Para finalizar as atividades, os presentes no evento se uniram aos integrantes do Grupo Candeias e participaram de uma grande Roda de Capoeira no pátio do Campus João Pessoa.

Confira as fotos das atividades neste link.

 

Comunicação Social do IFPB Campus João Pessoa

registrado em: