Noticia
Palestras e oficinas marcam celebração do Dia da Consciência Negra
Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, diversas atividades foram realizadas no Campus João Pessoa, nos dias 21 e 22. Palestras, oficinas e apresentações culturais tiveram como objetivo refletir sobre a importância de se combater o preconceito e o racismo.
"Que consciência é essa? É ter a consciência da negritude de cada um de nós e de um povo que construiu esse país. Por isso, cada estudo e pesquisa sobre a negritude traz essa consciência ao país", ressaltou a pedagoga Maria José Dantas. Ela também falou como é importante que as pessoas tenham orgulho de sua afrodescendência para fortalecer a consciência negra no Brasil.
Já a professora Yara Rabay destacou a relevância de levar em conta as relações étnico-raciais nas discussões dos currículos de várias disciplinas como Português, Artes, História e outras. "Esse é um bom momento para refletirmos sobre as grandes contribuições artísticas, culturais, culinárias e outras da população afrodescendente", afirmou.
A turbanteira e comunicóloga, Andrea Lopes, falou como realizou uma pesquisa sobre o uso do turbante, a origem dos tecidos, formas geométricas e como cada região da África utiliza e fabrica esse adereço que possui diversas significações. "No Brasil não tem muita literatura sobre turbante. A partir do meu TCC construí uma série de programas de rádio, um portal, cursos e palestras", disse Andrea.
Durante a palestra, Andrea trouxe vídeos e depoimentos mostrando que o preconceito e racismo está ligado a não aceitação das características físicas próprias da etnia negra, como a cor da pele e, principalmente, o cabelo. "O turbante é uma das ferramentas que utilizamos contra o racismo", comentou ao falar que para combater os estereótipos de beleza da sociedade é preciso resgatar a autoestima e valorizar a beleza negra.
Na atividade sobre capoeira, o mestre Wilson "Guerreiro", contou um pouco da história dessa arte e como ela esteve presente em muitos momentos da história do Brasil. Guerreiro contou que em algumas pesquisas sobre Capoeira revelaram que a origem dela é o Brasil, mas que agregou diversos elementos de culturas de diferentes países africanos.
"A capoeira é afrobrasileira e nasceu na senzala, quando os escravos se reuniam para tentar escapar. Para camuflar a luta, eles misturaram a luta com dança, em rodas com rituais de batuques. Daí surgiram os movimentos, a ginga da capoeira", contou Guerreiro. O mestre de capoeira, também relatou que sociólogos, antropólogos e historiadores relatam que, além de ser usada como forma de resistência em quilombos, a capoeira também foi utilizada em combates, como a Guerra do Paraguai.
Wilson falou como a prática dessa arte tem ajudado a proporcionar um futuro melhor para meninos e meninas em vulnerabilidade social. Guerreiro é um dos mestres do Grupo Candeias de Capoeira, que atua em algumas comunidades e tem mudado a realidade de crianças, adolescente e jovens. Um deles foi Gabriel, que é da cidade de Queimadas.
"Aos sete anos eu já entrei para o trabalho infantil. Eu fazia frete na feira da cidade. Alguns anos depois eu fui trabalhar num lavajato, de segunda a sexta, e só ganhava R$ 60,00. Eu era agressivo e não tinha respeito com ninguém. Minha vida se transformou depois da capoeira", afirmou Gabriel ao lembrar dos benefícios que a prática da capoeira trouxe para sua vida.
Para finalizar as atividades, os presentes no evento se uniram aos integrantes do Grupo Candeias e participaram de uma grande Roda de Capoeira no pátio do Campus João Pessoa.
Confira as fotos das atividades neste link.
Comunicação Social do IFPB Campus João Pessoa