No último dia 20 de setembro, o núcleo teatral LAPELA, do  IFPB campus Catolé do Rocha, esteve presente no Colégio Técnico Dom Vital, realizando duas apresentações do espetáculo Rebrobanto Margaridas. Uma das sessões ocorreu às 8h, a outra às 9h30. Cada uma foi seguida de uma roda de conversa, envolvendo a temática abordada e o processo de trabalho.

Rebrotando Margaridas estreou no dia 09 de novembro de 2022, no Theatro Santa Roza, na cidade de João Pessoa, durante a 1ª Mostra de Artes Cênicas do IFPB. A peça também já foi exibida em Cajazeiras e Patos, além de algumas apresentações no próprio campus Catolé do Rocha. Essa é a primeira apresentação do espetáculo na cidade de Catolé do Rocha fora das paredes do campus. A plateia contou com a presença de estudantes do 8º e 9º ano do Ensino Fundamental, além das turmas de Ensino Médio, professores, funcionários e convidados externos. As sessões tiveram cerca de 130 espectadores.

Segundo o relato de Pedro Victor Diniz Santiago, estudante do 1° ano do Ensino Médio do Colégio Dom Vital, "A peça foi muito bem atuada, elenco completo onde cada um participou de forma igualmente perfeita. Além de nos mostrar a realidade da vida de Margarida, onde ela e os trabalhadores rurais lutaram por seus direitos e foram intimidados por seus proprietários rurais onde queriam esconder os direitos dos trabalhadores a fim do bem próprio, a peça retratou exatamente isso e foi claramente entendível, mesmo para quem não conhece nada da história (no meu caso)".

Para o Diretor do Colégio Dom Vital, Prof. Dr. Francisco Gomes da Silva, “a apresentação deixou bastante evidente para a plateia que ainda vivemos em um lugar no qual o trabalho leva à morte”. Silva ainda considera que é “uma montagem cênica rica no contexto histórico no tocante às questões sociais brasileiras, com especialidade as agrárias.” Além disso, “a peça nos levou a refletir sobre o nosso presente difícil e desafiador ao dar voz às Margaridas vitimadas pelo preconceito, pela fome, pela exclusão, pela marginalização e outros entraves vividos”, afirma.

O professor de Arte do IFPB e diretor do espetáculo, Sinésio Bina, destacou a importância do trabalho como um marco em memória dos 40 anos do assassinato de Margarida Maria Alves, ocorrido em 1983. Ainda ressaltou a importância da apresentação ocorrer no Colégio Dom Vital, instituição fundada pelo Frei Marcelino de Santana, que também foi um dos fundadores do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Catolé do Rocha.

Rebrotando Margaridas

Rebrotando Margaridas é um espetáculo-homenagem à líder sindical paraibana, Margarida Maria Alves, assassinada em 1983. A dramaturgia, composta por poemas, músicas, discursos e outros textos, procura contar a trajetória de Margarida, na defesa dos direitos dos trabalhadores rurais, da educação e das mulheres. A peça defende que seu sangue derramado covardemente à terra fertiliza este chão e traz mais flores. Margarida vive e se faz semente a germinar outras tantas lutas.

A direção e organização dramatúrgica do espetáculo ficou a cargo do Professor de Arte, Sinésio Bina. O elenco conta com Ana Clara de Andrade Mota, Caio Sérgio Lima da Cruz, Damarys Teodósio Guedes, Everton Fonseca de Araújo, Ismael Gomes da Silva, Jade Hemiliane Diniz Santiago, Jaime Luiz Bezerra do Nascimento, José Henrique da Silva França, Matheus Tevez Targino Aragão, Paula Mirelly Kends Queiroz Vieira, Pedro Lucas Paiva dos Santos, Riwanny Ketylen Maia de Oliveira, Vera Cleia Alves da Silva Cavalcanti, Yan Kauê da Silva Fernandes. Com o operador de som sendo Nielson Maycon de Sousa.

No próximo dia 04 de outubro, a peça será apresentada na 8ª Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura do IFPB - Catolé do Rocha. O Núcleo Lapela conta com o apoio do Campus Catolé do Rocha e da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura do IFPB, por meio do projeto Atividades Lapela 2023.

Sobre o LAPELA

O Núcleo de Extensão LAPELA - Laboratório de Pesquisa e Experimentação das Linguagens Artísticas, composto por servidores, discentes e parceiros comunitários, foi formalmente registrado em agosto de 2021, mas seus integrantes vêm desenvolvendo atividades desde 2020. O coletivo teatral, que mantém o mesmo nome do núcleo de extensão, durante o distanciamento social provocado pela pandemia, desenvolveu o projeto Teatro no ar: radionovela, que resultou na produção da radionovela Quem casa quer casa, adaptada da comédia de Martins Pena. Produziu também a cena audiovisual Vamos arrancar botija, a partir do cordel homônimo, de José Soares, o Poeta Repórter, o audiodrama A sorte do preguiçoso, adaptado do cordel de Manuel D’Almeida Filho, entre outros vídeos mais curtos. Em 2022, com o retorno presencial, montou o espetáculo Rebrotando Margaridas, em homenagem à líder sindical paraibana, Margarida Maria Alves, assassinada em 1983. O Lapela esteve presente em diversos eventos e atividades do campus Catolé do Rocha, como o Entrelinguagens, Secitec, Dia da Família na Escola e sábados letivos. Mostrou seu trabalho também em eventos promovidos por outros campi e pela Proexc, como Enex, Festival de Arte e Cultura, Festival de Artes de Guarabira, Semana da Diversidade e Consciência Negra de Cajazeiras e Semana Cultural de Patos.