IFPB e UFRN conquistam duas patentes na área da Construção Civil
A concessão foi dada para tecnologias sustentáveis que buscam revolucionar o mercado
Um projeto desenvolvido pelo IFPB Campus João Pessoa, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), conseguiu patentear duas inovações desenvolvidas a partir do reaproveitamento de produtos agrícolas e industriais, voltados ao mercado da construção civil.
As cartas-patentes foram concedidas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), no dia 11 de novembro, representando um marco no reconhecimento da pesquisa aplicada realizada na instituição. As duas tecnologias patenteadas apresentam soluções sustentáveis ao meio ambiente e de baixo custo financeiro.
A primeira foi referente a tijolos de solo aglomerante com aditivo pozolânico à base de cinza do bagaço da cana de açúcar e resíduo cerâmico, de Nº BR 102019019167-8. A segunda foi para tijolos de solo cimento produzidos com manipueira, líquido da mandioca que é usado para substituir a água, de Nº BR 102019003002-0.
A motivação para realização da pesquisa foi o desafio de reduzir o uso de cimento, cal e água potável, já que a fabricação desses materiais demanda alto consumo energético e emissões significativas de dióxido de carbono. A equipe investigou materiais sustentáveis para manter ou melhorar os tijolos, sem depender desses materiais citados.
De acordo com o professor Vamberto Monteiro da Silva, responsável pelas pesquisas, as tecnologias surgem como resposta à necessidade de ampliar o aproveitamento de resíduos agrícolas e industriais. “Os estudos mostraram que o reaproveitamento (dos resíduos) vem contribuindo para a produção de alternativas mais sustentáveis para a indústria da construção civil”, disse ele.
Os tijolos podem ser aplicados em alvenarias de residências e edifícios, oferecendo uma opção técnica e sustentável, além de reduzir o acúmulo de resíduos como manipueira e cinza de bagaço. O objetivo agora é ampliar a divulgação dos resultados para aproximar essa tecnologia do setor produtivo e do mercado, para aplicação real desses materiais alternativos.
As patentes reforçam a importância do trabalho conjunto entre o IFPB e a UFRN, valorizam a pesquisa regional e fortalecem o campo das tecnologias sustentáveis para a construção civil.
Texto: Kayck Jesse, Estagiário
Revisão: Juliana Gouveia, Jornalista



