Alunos de Engenharia têm aula de campo sobre relações étnico-raciais

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Atividade incluiu visitas a pontos de relevância cultural e histórica em três cidades da Paraíba

Alunos do primeiro período do curso de Engenharia Civil do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) - Campus Itaporanga participaram de uma aula de campo nos dias 28 e 29 de julho, visitando os municípios de Alagoa Grande, Areia e Campina Grande, situados nas regiões do Brejo e Agreste paraibano. 

A iniciativa, organizada pelos professores Felipe Rodrigues, Marta Aguiar e Maylle Benício, buscou promover uma articulação prática entre o eixo da educação das relações étnico-raciais e os conteúdos das disciplinas de Sociologia e Cidades, Expressão Gráfica e Português Instrumental.

Vinte e oito estudantes participaram da atividade, que incluiu visitas a pontos de relevância cultural e histórica. Entre eles, o Museu de Arte Popular da Paraíba, em Campina Grande, e o Engenho Lagoa Verde – Cachaçaria Volúpia, em Alagoa Grande. Ainda nesse município, o roteiro contemplou o Memorial Jackson do Pandeiro, onde os estudantes puderam conversar com Elza Quilombola, representante da Comunidade Quilombola Caiana dos Crioulos, e com o historiador José Avelar Freire.

A programação foi finalizada com uma ida ao Teatro Minerva, em Areia, para assistir à performance "Catiço", do multiartista Thiago de Assis. De acordo com a professora Marta Aguiar, a escolha dos locais visou alinhar os conhecimentos disciplinares com a política de educação das relações étnico-raciais, um componente da formação em nível superior. 

"Assim, o roteiro contemplou o diálogo com representantes de uma das comunidades quilombolas existentes na Paraíba, juntamente com a visita a espaços de preservação e divulgação da arte popular e a construções arquitetônicas representativas da arquitetura brasileira, bem como do patrimônio histórico e do passado colonial do estado da Paraíba", afirmou.

A professora ressaltou que a aula de campo "potencializa a aprendizagem dos alunos por meio de uma abordagem prática e interdisciplinar, que considera não apenas o conhecimento acadêmico, mas também a valorização de outros saberes, como os das comunidades quilombolas". Ela também destacou que a iniciativa permite a "construção do conhecimento a partir de uma perspectiva que contempla o contexto social e histórico, contribuindo assim para a ampliação da consciência crítica dos graduandos".

Os professores envolvidos na aula de campo planejam estender essa experiência a outras turmas do primeiro período do curso de Engenharia Civil. A professora Marta Aguiar enfatizou a importância de tais ações para a formação humana e profissional dos estudantes, oferecendo aos futuros engenheiros a oportunidade de desenvolver uma visão política sobre seu campo de atuação.