Artigo científico de servidora do Campus Itabaiana detalha inclusão de aluno surdo

Tradutora e intérprete de Libras Arlinda Pereira da Silva Menezes relata o acompanhamento do estudante José Wagner Hugo da Silva, aluno do 3º ano do curso técnico em Automação Industrial

Estudante Wagner Hugo e a intérprete de Libras Arlinda Pereira durante encontro virtual

Uma servidora do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) - Campus Itabaiana publicou um artigo nos Anais do XI Congresso Nacional de Educação (Conedu), realizado em outubro em Pernambuco. A tradutora e intérprete de Libras Arlinda Pereira da Silva Menezes é a autora do trabalho “Entre desafios e conquistas: a inclusão de um aluno surdo na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica na cidade de Itabaiana/PB”.

O estudo foi apresentado no congresso em formato de pôster. A exposição ocorreu de forma bimodal, utilizando língua oral e Língua Brasileira de Sinais (Libras) para atender ao público formado por surdos e ouvintes.

O artigo relata o acompanhamento do estudante José Wagner Hugo da Silva, aluno do 3º ano do curso técnico em Automação Industrial. Ao ingressar no instituto, em 2023, o discente apresentava dificuldades de aprendizagem e de compreensão dos conteúdos em sala de aula.

A pesquisa, de caráter qualitativo, explora a realidade da inclusão no campus. Segundo o texto, inicialmente o aluno se sentia incapaz de superar os desafios escolares, percebendo o ambiente acadêmico como algo distante de sua realidade.

Falta de dominio avançado da língua de sinais criava barreiras

O trabalho destaca que a aquisição da Libras como primeira língua é fundamental para que o estudante surdo acesse novos conhecimentos. No caso de Wagner Hugo, a falta de domínio avançado da língua de sinais criava barreiras iniciais. Para reverter o quadro, foram propostos mecanismos que incentivaram a autoconfiança e o protagonismo do jovem.

A estratégia pedagógica partiu do estudo intensivo da Libras aliado a metodologias ativas de ensino. Também foram aplicadas técnicas voltadas ao desenvolvimento do português como segunda língua (na modalidade escrita), com foco em recursos didáticos diversos, datilologia (soletração manual) e prática constante de escrita.

De acordo com a autora, o apoio de um núcleo especializado tem tornado a evolução do aluno evidente. Atualmente, o estudante apresenta maior autonomia e participação ativa, colaborando em seminários e realizando tarefas no quadro.

Para ler o artigo, acesse aqui.

Angélica Lúcio - DGCOM/IFPB