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A internacionalização do IFPB possibilitando a abertura de novos horizontes profissionais

Servidora do IFPB em situação de intercâmbio científico e cultural, em outro país, desenvolve habilidades técnicas profissionais
por publicado: 14/03/2024 07h56 última modificação: 14/03/2024 16h55

Patrícia Pereira é uma das muitas servidoras do IFPB que, atualmente, desenvolve intercâmbio cultural, em outro país, com o objetivo de aprimorar os seus conhecimentos técnicos e científicos, para poder dar uma melhor contribuição funcional à instituição.

Graças à política de internacionalização do IFPB, desenvolvida com o apoio da Assessoria de Relações Internacionais (Arinter), sob a responsabilidade da professora Mônica Montenegro, os servidores do IFPB têm ampliado os seus horizontes em diversas áreas do conhecimento, com o foco na tecnologia, nas ciências, na política, na cultural e nas humanidades.

Patrícia Pereira está fazendo mestrado na Universidade de Trás-os-Montes e Alto D’ouro (Utad), na região Norte de Portugal. A Utad tem por missão produzir e disseminar conhecimento em conexão com a sociedade, a partir da convicção de que a educação e o conhecimento têm elevado valor econômico e social, além de melhorar a vida das pessoas e das comunidades. Sendo está uma visão que também se adequada aos objetivos do IFPB.

Tivemos a oportunidade de conversar com Patrícia Pereira, na cidade de Vila Real, na região de Trás-os-Montes, sobre a sua situação de estudante intercambista em uma universidade europeia.

Segundo Patrícia, o curso de gestão empresarial, que ela está fazendo, na referida universidade, está contribuindo muito para o aprimoramento das suas habilidades profissionais para lidar com as pessoas no dia a dia, no campo institucional e empresarial. Ela afirmou que tem adquirido novos conhecimentos relacionados às atividades que já praticava no ambiente de trabalho, no IFPB. “Tenho desenvolvido, bastante, a forma de falar, de pedir, de demonstrar os objetivos que precisam ser alcançados, além de aprender a respeitar os limites do outro, bem como estimular as pessoas para produzir coletivamente” esclarece Patrícia.

A servidora acrescentou, ainda, que os valores culturais, no campo da gestão de pessoas, em Portugal, é diferente do que se pratica no Brasil; o que tem resultado no seu aprimoramento profissional. “Na verdade, eu já tenho dado alguma colaboração aos meus colegas do IFPB, no sentido de aprimorarem as práticas de trabalho, a partir do que tenho vivenciado em sala de aula e na convivência com professores e alunos” revelou ela.

Conforme Patrícia, tudo o que acontece no ambiente institucional da Utad tem concorrido para o seu crescimento profissional, a exemplo do ambiente acadêmico e a competência dos professores. Toda essa vivência tem sido muito importante para o seu crescimento profissional, em termos de atualização das habilidades profissionais, com destaque para as partilhas de experiências promovidas na convivência do cotidiano institucional.

A qualificação dos professores da Utad, segundo Patrícia, é de um alto nível de excelência, tanto na formação acadêmica como, também, das experiências de gestão exercida em grupos empresariais europeus; o que coloca os alunos frente a um desafio constante, no sentido de desenvolver os conteúdos que são repassados pelos professores, de acordo com os objetivos pessoais.

Mas, toda essa vivência só está sendo possível devido ao processo de internacionalização do IFPB, que tem promovido grandes oportunidades para o desenvolvimento dos recursos humanos da instituição, explica Patrícia. “No caso, especifico, dos técnico-administrativos, que têm a oportunidade de se afastar do país para uma pós-graduação, terão oportunidade de dar uma maior contribuição no seu retorno à instituição”, enfatiza.

 - O processo burocrático para o afastamento é bastante intenso, nossa demanda passa por vários setores, sendo necessário demonstrar a importância dos nossos objetivos para a instituição, explica a estudante, acrescentando que também são alertados sobre as dificuldades que vão enfrentar em outro país de cultura diferenciada.

Nesse sentido, o papel da Arinter, através do trabalho da professora Mônica Montenegro, é fundamental, nos encaminhamentos dos processos de cultural de imigração, salientou a servidora.

Patrícia continuou o seu relato afirmando que tem a expectativa de que tudo o que está aprendendo no Mestrado na área de Gestão de Pessoas, na Universidade de Trás os Montes e Alto D’Ouro, vai refluir para a instituição sendo, na verdade, um investimento que o IFPB faz nos seus quadros funcionais. “Eu sinto que tenho uma grande responsabilidade em colocar em prática o que estou aprendendo, na minha pós-graduação, em benefício das boas práticas de gestão de pessoas no IFPB, bem como do desenvolvimento desta área profissional que, com certeza, deverá extrapolar os limites físicos institucionais e chegar até outras instâncias públicas”.

Estimulada a falar sobres as dificuldades enfrentadas na pós-graduação em uma universidade europeia, Patrícia destaca a questão da língua. “A necessidade de domínio da Língua inglesa é uma realidade; há também as diferenças de sotaque do Português de Portugal e o do Brasil, principalmente no interior do País” admite.

Mas, essas são situações que podem ser superadas, continua Patrícia, enfatizando o acolhimento que os portugueses, e os alunos de outras nacionalidades, têm para com os brasileiros; sendo necessário estar atento para evitar se sentir desvalorizado pelos estereótipos da colonialidade.

Patrícia explicou que os cinco brasileiros que estão no curso, que ela está fazendo, já têm as suas competências reconhecidas pelos demais alunos, pelo envolvimento e a seriedade que demonstram no desempenho acadêmico.

 Intercâmbio cultural

Intercâmbio cultural

Os Paraibanos estão realizando, cada vez mais, intercâmbio com outras culturas. Nesse sentido, as políticas de internacionalização do IFPB têm sido fundamentais para colocá-los em contato com o mundo. Patrícia reconhece a dificuldade que é sair da Paraíba para a Europa e enfrentar uma realidade tão diferente da nossa, em termos de clima, de relacionamentos interpessoais, economia, organização social etc. “Sem falar nos trâmites burocráticos que são bastante complexos”, disse.

O primeiro desafio a ser superado, segundo ela, é com a burocracia do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), para tirar o visto de residente. Depois vem o desafio de encontrar um local adequado para se viver, considerando-se os altos preços das rendas em Portugal, principalmente, para quem depende de salário recebido de emprego no Brasil. “No meu caso, o que coube no meu salário foi um quarto em um apartamento de estudantes, mas estou confortável e bem localizada” reflete ela.

Um dos problemas que se enfrenta, ao se chegar em um país de cultura diferente, para muitas pessoas, é o isolamento. No caso de Patrícia, essa situação foi superada, pois ela tem parentes que já residem em Portugal, e encontrou uma amiga do Brasil na cidade onde está, Vila Real, que também a ajudou a superar os primeiros dias em um lugar muito diferente do seu habitat.

A fé religiosa, já que Patrícia é uma católica praticante, também a ajudou a superar a sensação do isolamento que, geralmente, os imigrantes sentem nos primeiros dias. Patrícia procurou se engajar na Paróquia da comunidade, sendo aconselhada, pelo vigário local, em várias questões pertinentes aos imigrantes; o que, para ela, foi fundamental.

Atualmente, Patrícia está totalmente engajada nos trabalhos voluntários da paróquia, e se sente muito bem entre os portugueses da sua comunidade. “Eu aqui me sinto em casa”, enfatizou ela.

Patrícia já teve outras experiências migratórias internas, pois é carioca radicada na Paraíba, precisamente em Guarabira, e foi para uma das regiões mais frias de Portugal, onde as temperaturas, no inverno, caem abaixo de zero grau centrígrados e neva. Este sim, foi um grande desafio. Por exemplo, aprender a andar com várias camadas de roupas, calçados adequados, proteção para a cabeça, luvas, etc; uma indumentária totalmente estranha para que vem de um clima de 28 graus Celsius no inverno.

Mas Patrícia aprendeu, rapidamente, a se defender das intempéries climáticas, e atualmente, já se sente confortavel com os seus agasalhos e o aquecimento do ambiente interno onde vive. “Os casacos, os cachecóis, as luvas e as botas são indumentárias que nós só vemos em personagens cinematográficas. Às vezes eu me sinto como se estivesse em um cenário de filme pela indumentária e as belas paisagens da região de Trás os Montes”, assina ela.

Com relação à gastronomia, Patrícia disse que não houve problema de adaptação. Os produtos alimentícios, em Portugal, são muito parecidos com os do Brasil, exceto as frutas. Por outro lado, os estudantes intercambistas, na Europa, têm de aprender a realizar várias atividades domésticas que, muitas vezes, não fazem no seu país de origem, em decorrência das dificuldades econômicas e do preço da mão-de-obra não especializada. “Temos que aprender a fazer as nossas coisas, cuidar da alimentação, lavar a roupa, e cozinhar etc; para manter um certo equilíbrio financeiro”.

Viver em Portugal é estar na civilização, então é preciso ficar sempre atento para não causar constrangimentos. Os Portugueses tem os seus valores, que nem sempre se adequam à espontaneidade brasileira, então é preciso desenvolver habilidades sociais para manter uma convivência cultural adequada. Portanto, é de suma importância aprender a lidar com o humor dos portugueses que é bem diferente da constante descontração brasileira.

Uma vantagem de estar em Portugal, é que se pode viajar com muita facilidade para outros países da Europa, pois são todos muito perto. Neste caso, Patrícia pretende, dentro das suas possibilidades financeiras, conhecer outros países, outras culturas, sempre com o objetivo de promover o seu crescimento pessoal. “Uma situação muito confortável, que eu gostaria de relatar, diz respeito a segurança; aqui eu ando a qualquer hora, e em qualquer lugar, condição que eu não tinha no Brasil”.

Patrícia explica que ser brasileira em Portugal não é muito difícil, sendo oportuno, em alguns momentos até manter a nossa tradicional alegria e festividade. Portanto, saudades mesmo, só da família e dos amigos, esclarece ela. Por enquanto, “é realizar da melhor forma o que precisa ser feito, e esperar o momento de voltar para casa”, desabafa.

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