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Projeto Mulheres Mil do IFPB é aprovado em primeiro lugar no país

Edital nacional seleciona propostas de cursos para retomar o programa federal
por publicado: 06/07/2023 13h33 última modificação: 07/07/2023 09h23

O Instituto Federal da Paraíba ficou em primeiro lugar entre as propostas enviadas para a retomada do programa federal Mulheres Mil, que promove cursos de capacitação para o público feminino em vulnerabilidade social. O projeto do IFPB participa da seleção nacional promovida pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do MEC e obteve a totalidade de pontos no edital. A proposta enviada pelo IFPB foi organizada pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) e contou com a adesão de todos os campi. 

O pró-reitor da Proexc, Nicácio Lopes, destacou que a proposta do IFPB fez uma caracterização muito detalhada dos públicos que devem ser beneficiados com os cursos e que atingirão camadas bem diversificadas. “Montamos uma proposta destinada a uma amplidão de categorias de mulheres em vulnerabilidade social que são vítimas de violências, segmentos de pequenas camponesas, marisqueiras, indígenas, ciganas, trans, egressas do sistema prisional, mulheres em situação de prostituição, de rua. O IFPB até propôs mais vagas do que as 480 aprovadas inicialmente”, ressaltou o professor Nicácio. 

O Ministério da Educação ampliou os recursos destinados ao programa e o número de vagas, que iriam ser apenas 5 mil. Agora, devem ser R$ 24 milhões para 15 mil vagas em todo o país. A previsão é que as primeiras turmas iniciem em agosto e outras continuem até novembro de 2024. A proposta do IFPB ficou em primeiro lugar entre 43 instituições de todas as regiões.

“O IFPB foi a única instituição que atingiu a pontuação máxima, todos os critérios fixados pela Setec foram atingidos plenamente pela nossa instituição. A Proexc é quem executará este programa de inclusão e afirmação social que se configura como um dos essenciais da instituição para assistir, incluir e afirmar a dignidade das mulheres que estão em alto risco social”, declarou Nicácio.

Reitora Mary diz que todos ganham com experiência de vida das alunas do programa

Reitora do IFPB, Mary Roberta, no relançamento do ProgramaA reitora Mary Roberta considera de suma importância o retorno do programa. “Estas mulheres vão conhecer seus direitos, se aproximar de um ambiente de produção de conhecimento. A presença delas no ambiente escolar também nos traz uma modificação a partir do momento em que a gente recebe suas experiências, suas histórias de vida como inspiração também para nossos alunos. Temos a superação como resultado final de cada um destes programas”, apontou.

A professora Mary também reiterou que a participação do IFPB com o programa vai envolver muitos professores, técnicos e estudantes. “Este processo seletivo pelo qual o IFPB tirou o primeiro lugar no país mostra que nossos indicadores nos levam a catalizar estes recursos com responsabilidade. Como mulher e reitora trago esta mensagem que todos iremos nos envolver para que consigamos mais vagas para este programa para que estas mulheres consigam chegar a outros níveis de ensino, galgar até o ensino superior”, destacou Mary.

“Um Mulheres Mil o mais inclusivo possível”

Diretora de Extensão Popular e Rural da Proexc, Keitiana Souza.jpegA diretora de Extensão Popular e Rural da Proexc, Keitiana Souza, comemorou o resultado preliminar da seleção da Setec/MEC e acredita que ele corrobora com o trabalho que já vem sendo realizado em ações como o do programa Empodera IFPB. “A felicidade por estar em primeiro lugar é ver que o IFPB está atingindo o objetivo de profissionalizar mulheres. Na proposta que enviamos, relacionamos a metodologia com a do Empodera. Este é o momento em que a gente quer dar vez, voz e espaços de decisão para as mulheres do IFPB e as parceiras sociais. Vemos também a importância de se retomarem as políticas de gênero e minoria”.

Keite explicou que a proposta do IFPB tem cursos para indígenas, produtoras rurais, quilombolas, transexuais, trangêneros, e estabeleceu contato com mulheres de ocupação da luta pela moradia, com pescadoras, moradoras de assentamentos e de aldeias indígenas como a Camurupim e a Tramataia, em Baía da Traição. 

“Conseguimos pensar em um Mulheres Mil o mais inclusivo possível, vários campi se projetaram para outras cidades e outros estados, como Pedras de Fogo que deve trabalhar em Itambé, Pernambuco, com mulheres em recuperação da drogadição. Princesa Isabel projetou um curso para o quilombo de Triunfo, em Pernambuco. Iremos alcançar um território amplo, em várias cidades da Paraíba”.

Cursos em todos os campi do IFPB 

professora Monique Ximenes - Coordenadora sistêmica do Mulheres Mil no IFPBA coordenadora sistêmica do Mulheres Mil no IFPB é a professora Monique Ximenes. Ela destacou a importância de se retomar o programa que promove cursos de 160 horas de qualificação profissional e ainda possibilita uma bolsa formação a estudantes, para facilitar a permanência na capacitação. Entre os cursos apontados pelo IFPB na proposta estão: assistente administrativo, maquiagem, manicure e pedicure, auxiliar de cozinha, agente de recepção e reservas em meios de hospedagem, artesã de biojoias, psicultora, salgadeira, microempreendedora individual e agente cultural. 

Além de Keite e Monique, a proposta teve auxílio do servidor Rhenan Varela na elaboração, que esteve à frente do Pronatec, o programa onde o Mulheres Mil está inserido. Ele informa que o IFPB enviou uma proposta com mais de 2000 vagas para cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC). Todos os campi tiveram interesse em ofertar cursos, alguns com 80 vagas, mas a maioria propondo 120 vagas. A seleção que aprovou as vagas para as instituições ainda está na fase de recursos. Após o dia 07 de julho, o IFPB deve ter mais informações sobre o programa, inclusive já está agendado um encontro por parte do Governo Federal com todas as instituições proponentes aprovadas. 

Texto: Ana Carolina Abiahy - jornalista da DGCom / Arte: Luzivan Silva - programador visual da DGCom

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