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A Matemática é viva e intensa no IFPB – Campus Itaporanga

O aprendizado vai da construção de poemas matemáticos a um passeio pelas rampas de acessibilidade da cidade
por Arley publicado: 11/06/2018 13h36 última modificação: 15/06/2018 13h51

Comemorado no Brasil desde 2013, o Dia Nacional da Matemática é celebrado no dia 06 de maio. Para lembrar a data, o professor Marlon Tardelly Cavalcante mostra que a Matemática precisa ser trabalhada com a finalidade de estimular a criatividade e desenvolver nos alunos a capacidade de resolver problemas. Caso contrário, voltaremos a discussões enfatizadas por grandes pesquisadores da Educação Matemática, como reforça D’Ambrósio: “no que se refere aos conteúdos matemáticos, a maior parte dos programas consiste em coisas acabadas, mortas e fora do contexto que estamos inseridos”.

Assim sendo, o professor Marlon propõe em suas aulas atividades que ultrapassem a ementa da disciplina, que exista uma integração entre estes conteúdos e as tendências em Educação Matemática, fazendo com que os alunos questionem, investiguem, descubram e resolvam problemas com o uso das tecnologias, da Etnomatemática, da História da Matemática, dos Jogos Matemáticos, dentre outras tendências. Deste modo, a Matemática é viva ao longo do ano letivo no IFPB – Campus Itaporanga e, não apenas no mês de maio que é enfatizado a celebração do seu dia.

Dentre algumas ações desenvolvidas, podemos destacar: o uso dos materiais concretos, jogos matemáticos, análise e construção de poemas matemáticos retirados do livro poemática, divulgação e uso da plataforma Khan Academy como um recurso inovador, cinema com toques históricos e filosóficos e construção de materiais didáticos (história em quadrinhos, cartazes, tutoriais, infográficos, documentários, entrevistas e jogos), destacando aplicações da trigonometria na construção civil, como é o caso das normas de construção de rampas de acessibilidade. Além disso, ampliamos a construção destes materiais no estudo de probabilidade e as relações existentes com a genética, os games, os jogos de azar, dentre outras temáticas.

A aluna Isaiane Rozado (2º ano – Matutino) afirma que: “A Trigonometria de fato não é o conteúdo que mais atrai o corpo estudantil e isso é bem claro quando se pergunta sobre o conteúdo mais complexo e exaustivo. Essa ideia formulada abre caminho para o desinteresse e até mesmo um tipo de "bloqueio", já que aparentemente é algo que agrada a um número mínimo de pessoas. Tantas relações, raízes, números e mais números, circunferências, gráficos, construímos uma ideia de algo fixo, imóvel e que só há uma maneira de aprender. Precisávamos da diferença, mudança, inovação, estas são as palavras. E foi isso que o professor Marlon Tardelly nos propôs com esses novos materiais. As aulas tornaram-se mais dinâmicas, a maneira de ensinar trouxe para perto do aluno as situações em que os conceitos da trigonometria se aplicavam no cotidiano, tornando-se fácil visualizar as particularidades da mesma. Sair do campo da observação remota do quadro, onde tinha-se que imaginar as situações diversas que a trigonometria apresentava, para a interação com o concreto (materiais) foi o diferencial para desmistificar esse estudo, além de proporcionar a integração do estudante com os respectivos colegas e estes com o professor, que confirma sua excelência trazendo possibilidades que qualificam a matemática não só como a ciência da exatidão, mas também das possibilidades e interação”.

O que não difere da opinião da aluna Edinária Abílio (2º ano – Vespertino) que elucida que: “a trigonometria é considerada por vários alunos um conteúdo difícil e complicado. Porém, para nós foi algo muito divertido, com a prancha trigonométrica não existia mais a necessidade de "decorar", como somos na maioria das vezes acostumados, havia um interesse maior, uma vontade de utilizar a trigonometria no nosso cotidiano, não apenas como um simples conteúdo jogado no quadro e “vomitado” nas nossas cabeças. Foi algo mágico e aprendemos de forma natural, quando me dei conta já havia aprendido todo o conteúdo, sem precisar de “clamor”, nem “lágrimas” (Risos), um conteúdo que ficou na minha mente. Enfim, nunca a matemática ficou tão divertida e interessante, até estou melhorando como aluna e minhas notas também melhoraram, não é mais um peso estudar matemática e sim um grande prazer”.

A utilização de tais abordagens nas aulas também favorece à construção do conhecimento matemático de alunos surdos, como é o caso do aluno Vanielson Miguel (3º ano – Matutino) que nos revela o seguinte: “o uso dos materiais concretos facilita no processo de assimilação dos conteúdos e propicia uma maior autonomia para o aluno surdo, que neste tipo de atividade com recursos visuais a dependência do intérprete de libras é bem menor e a interação com os colegas do grupo é notória”. A intérprete de Libras do Campus Itaporanga Cris Oliveira corrobora com a fala do aluno e afirma que “quando o professor utiliza o recurso visual, o aluno surdo consegue associar e aprender mais rápido o que visualiza, sem a necessidade de recorrer sempre ao intérprete”.

A busca pelo conhecimento não para por aqui. O aluno Lucas Pereira de Azevedo (2º ano – Vespertino) destaca a importância de participar das aulas como agente multiplicador trazendo para as turmas um olhar mais amplo sobre os pontos positivos que a tecnologia tem a oferecer para transformar a realidade educacional através da plataforma Khan Academy, mostrando que a aprendizagem pode acontecer em diferentes tempos e espaços fora do contexto escolar, abrindo espaço para a ubiquidade.

Por fim, a ousadia de inserir a análise e construção de poemas nas aulas de Matemática trouxe resultados surpreendentes, como descreve a aluna Talita Bastos (1º ano – Matutino): “Construir um poema na aula de Matemática foi uma experiência bastante interessante. No começo até pensei que não fosse conseguir, depois percebi que foi fácil, coloquei o meu modo de ver a Matemática. Esse tipo de atividade é essencial para uma aprendizagem de qualidade, pois quando estamos utilizando nossa criatividade para produzir algo relacionado ao que aprendemos na escola a compreensão do assunto acontece de forma natural. Foi simplesmente esplêndido. Seguindo este pensamento, a aluna Islane Roque (1º ano – Vespertino), confessa que não gostava muito de Matemática, porém, ao analisar o poema “ângulo do afeto” mudei completamente a maneira de pensar, pois gosto muito de poemas e desenhos e, assim acabei relacionando com a obra de Romero Brito “o gato”, juntar a Matemática, com poemas e desenhos é uma forma de incentivar as pessoas a gostarem de Matemática, finaliza a aluna.

Para o professor Marlon Cavalcante, o uso destes recursos superou as expectativas e nos mostra que a diversificação das estratégias metodológicas contribui para a melhoria da qualidade do ensino de Matemática e favorece no processo de formação de alunos ativos e reflexivos, finaliza o docente.

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Por Marlon Cavalcante

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