Novembro Negro 2025 debate reparação e justiça racial na Paraíba

Confira a programação completa com todas as atividades

613141d1-4d5a-47f2-a594-21b30d495174.jpeg

O IFPB Campus João Pessoa realizou, no dia 10 de novembro, a abertura do Novembro Negro 2025, que este ano tem como tema "Paraíba Negra: Por Reparação e Justiça Social". A solenidade aconteceu no pátio do campus e contou com a participação de estudantes, servidores e representantes movimentos sociais.

A mesa de abertura foi composta pelo professor Leandro José Medeiros, presidente da Comissão de Heteroidentificação do IFPB, que representou a Reitoria e PRE; professor Rafael José Barros, diretor de Desenvolvimento de Ensino, que representou a Direção Geral do Campus João Pessoa; a professora Yara Rabay, representando o SINTEFPB; os estudantes Mariana da Silva e Kláudio Miguel, representates do  Grêmio Estudantil; a estudante Emmily Pontes Vieira, que é membra do NEABI-JP e representou o DCE no evento; e professor Arismar Ramos, representante do NEABI-JP. 

Representando a Direção Geral, o diretor de Desenvolvimento do Ensino, Rafael Barros, destacou a importância de promover o debate de maneira permanente no Campus. “Esse é um tema fundamental, e o IFPB tem uma preocupação constante com essa pauta. É preciso trazer diferentes segmentos para dialogar com o NEABI e promover discussões que aconteçam durante todo o ano, e não apenas em novembro. Espero que as atividades sejam ricas e que fortaleçam nossa luta contra o racismo”, afirmou.

As falas dos representantes estudantis ressaltaram a urgência do debate no cotidiano. A professora Yara Rabay, representante do movimento sindical, destacou que “pensar em democracia sem vencer o racismo é impossível. No espaço da educação, precisamos reconhecer onde o racismo está e agir para transformar a realidade”. Já Kláudio Miguel, do GrêmioEstudantil, reforçou a mobilização: “Quem nasce negro nasce enfrentando problemas sociais. Somos maioria no Brasil e na Paraíba. Temos que lutar pelos nossos direitos o ano inteiro, não só em novembro.”

A estudante Emmily Pontes, representando o DCE, refletiu sobre o apagamento histórico da cultura afro-brasileira nos ambientes escolares. “Sentimos a necessidade de mostrar nossa cultura e nossa história. Como discentes, precisamos buscar esse conhecimento”, afirmou. A outra representante do Grêmio, Mariana, completou: “O racismo pode ocorrer nos corredores, nas salas de aula e até no silenciamento do tema. Este é um mês de relembrar, aprender e conversar sobre quem somos enquanto sociedade.”

A mesa temática “Paraíba Negra: Por Reparação e Justiça Racial”, mediada por Hélio de França Gondim, coordenador do NEABI-JP, reuniu representantes de movimentos sociais e lideranças comunitárias, como Ana Lúcia do Nascimento, conhecida como Mestra Ana do Coco, quilombola da comunidade Ipiranga,artesã, escritora e liderança comunitária; Leonardo Silva, professor de Educação Física, militante da Marcha da Negritude Unificada-PB e membro do Conselho do Observatório Paraibano Antirracismo; Jair Ferreira da Silva, historiador e militante do Movimento Negro de Campina Grande; os estudantes do IFPB Kláudio Miguel e Emmily Vieira, represeantando o segmento estudantil; e a professora Yara Rabay, repreanto do movimento sindical do SINTEFPB.

Jair Silva, do Movimento Negro de Campina Grande, ressaltou a necessidade de políticas públicas para a juventude negra. “O racismo estrutural segue tirando vidas. Precisamos discutir como garantir social e juridicamente a vida do povo negro, valorizando nossa história e lutando por reparação”, afirmou.

A mestra Ana Lúcia Rodrigues do Nascimento, conhecida como Mestra Ana do Coco, quilombola do Ipiranga, emocionou o público ao recitar poesia e relatar as resistências cotidianas das comunidades quilombolas. “Vivemos o Novembro Negro todos os dias. Conhecimento é o maior poder que temos. Precisamos lutar pelos nossos espaços”, declarou. Yara Rabay também relembrou a trajetória de lutas que garantiu as leis de cotas e o ensino da história e cultura afro-brasileiras e indígenas no currículo escolar.

Leonardo Silva, da Marcha da Negritude Unificada da Paraíba, reforçou o legado dos militantes que iniciaram o movimento negro no estado. “Ainda existe uma estrutura racial que precisa ser combatida. A luta contra o racismo não é só dos negros, é da humanidade. Não há democracia com discriminação”, afirmou, defendendo educação e saúde de qualidade para as comunidades negras e o fortalecimento de ações coletivas.

Encerrando a abertura, houve a apresentação do grupo cultural afro “Sementes de Jurema”, composto por dança, percussão e performance corporal, sob coordenação do professor Luiz José de Santana Filho.

Estão programadas diversas atividades na programação do Novembro Negro 2025, confira nesse link.

Comunicação, Cerimonial e Eventos