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Alunos com deficiência visual - O papel dos sentidos no cotidiano acadêmico

Esta edição do Fique por Dentro descreve brevemente o papel de alguns sentidos para alunos com DV no ambiente escolar e traz algumas sugestões de ações que os explorem
por publicado: 29/04/2019 12h06 última modificação: 29/04/2019 12h06

Um dos aspectos que influenciará o percurso educacional de alunos com deficiência visual (DV) é o seu modo de se apropriar das informações do meio e interagir com ele, o que ocorre através dos sentidos remanescentes sob o gerenciamento da cognição. Compreender esses aspectos facilita a promoção de adequações pedagógicas para incluir esses alunos.

Esta edição do Fique por Dentro descreve brevemente o papel de alguns sentidos para alunos com DV no ambiente escolar e traz algumas sugestões de ações que os explorem. A cognição, fundamental em todo processo, será abordada em outra postagem.

Resíduo visual

A condição que caracteriza a presença de resíduo visual mais aproveitável nas atividades acadêmicas é a baixa visão.  Esse resíduo pode ser explorado e aproveitado nas atividades escolares, até mesmo para a leitura e para outras atividades visuais. Vale lembrar que, devido às diferentes causas que a originam, a baixa visão se apresenta em condições variáveis, em relação, por exemplo, ao nível do comprometimento, à acuidade e ao campo visual, ao desempenho visual até entre pessoas com o mesmo comprometimento biológico, etc. As diferenças geram necessidades, desconfortos e particularidades que chegam a ser opostos, como a necessidade de luminosidade manifesta por alguns e a fotofobia vivida por outros. Conhecer as necessidades de cada aluno permitirá saber que ajustes promover, por exemplo, na ampliação de materiais de leitura e imagéticos, na localização do aluno em sala de aula, na regulação da iluminação, na oferta de recursos ópticos e/ou não ópticos, etc.

Audição

Pessoas com deficiência visual são parcial ou totalmente privadas do acesso direto a imagens, gestos ou outras manifestações visuais que podem ser relevantes para a interação com professor e colegas e para a compreensão do conteúdo ministrado. Assim, é fundamental ampliar o emprego da linguagem verbal na interação com pessoas com DV, aliar essa modalidade da linguagem a outras estratégias ou conjugá-la às expressões e aos recursos visuais. Por exemplo, em vez de solicitar a atenção ou a participação do aluno através do olhar, fazê-lo verbalmente ou através de um leve toque no seu braço; sempre descrever imagens que sejam relevantes para a compreensão do conteúdo ministrado, nomear claramente os elementos que se quer referir em vez de usar expressões como "este", "aqui", "aquele", etc. 

Tato

A relevância do tato não se restringe ao importante papel no acesso ao Braille. O contato com materiais em relevo, modelos tridimensionais, entre outros, proporcionam uma experiência concreta com elementos estudados de maneira abstrata, enriquecendo os conceitos e imagens mentais. Por isso, é importante a confecção de materiais táteis para representar elementos estudados. Ao mesmo tempo, a ausência desses materiais pode acarretar, em alguns casos, prejuízos à aprendizagem. 

Propriocepção

Em linhas gerais, pode-se dizer que a propriocepção está ligada à percepção de localização e movimentos do corpo. Essas percepções são importantes para a orientação no espaço e para a mobilidade e podem ser exploradas em atividades que envolvam todo o corpo, como as ligadas à Educação Física.

Não acaba aqui

É evidente que a compreensão em torno das implicações da deficiência visual para a vida acadêmica não se restringe à percepção sensorial que pessoas com DV têm do meio. Além disso, a função dos sentidos aqui descrita não se aproxima nem de longe de todo o papel que assumem nos diversos contextos da vida da pessoa com DV nem se restringe à deficiência visual. Recomenda-se fortemente que este texto seja lido conjuntamente a outros já veiculados e às próximas postagens do Fique por Dentro relacionadas ao tema.

Leia mais:

Cegueira x baixa visão. Disponível em: https://www.ifpb.edu.br/assuntos/fique-por-dentro/cegueira-x-baixa-visao.

O estudante com deficiência visual e alguns fatores que podem influenciar o seu processo educacional. Disponível em: https://www.ifpb.edu.br/assuntos/fique-por-dentro/o-estudante-com-deficiencia-visual-e-alguns-fatores-que-podem-influenciar-o-seu-processo-educacional.

A abordagem social em torno dos sujeitos cegos, disponível em: https://www.ifpb.edu.br/assuntos/fique-por-dentro/a-abordagem-social-em-torno-dos-sujeitos-cegos.