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Após três décadas de contribuição à fruticultura, professor Everaldo Mariano inicia aposentadoria em 2021

Docente implantou mais de dez culturas frutíferas e desenvolveu o potencial do setor
por Amanda Tavares de Melo publicado: 26/05/2021 11h03 última modificação: 28/05/2021 11h03

Coco, banana, goiaba, maracujá, manga, acerola, pinha, graviola, mamão, caju, limão, tangerina e laranja. O que esses frutos têm em comum, além de serem deliciosos e trazerem diversos benefícios à saúde? Todos eles são cultivados nas instalações do IFPB Campus Sousa, um dos 21 campi do Instituto Federal da Paraíba, e a unidade mais voltada para as ciências agrárias de toda a instituição. Também une essas culturas o fato de elas serem desenvolvidas sob o olhar cuidadoso do professor Everaldo Mariano, que há 31 anos ministra a disciplina de Fruticultura (Culturas Perenes) no curso Técnico em Agropecuária do Campus Sousa.

Graduado em Licenciatura em Ciências Agrícolas pela Universidade Federal Rural de Pernambuco e com Doutorado em Agronomia (Irrigação e Drenagem) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Everaldo Mariano ingressou em 1990 na antiga Escola Agrotécnica Federal de Sousa (EAFS), que mais tarde viria a se tornar o IFPB Campus Sousa. Desde então, o docente realiza a implantação e o manejo de plantas frutíferas no setor de fruticultura do campus, localizado na Unidade São Gonçalo.

Foi na escola-fazenda de São Gonçalo que Everaldo Mariano passou os últimos 30 anos atuando como professor e responsável pela fruticultura, onde implantou mais de dez culturas frutíferas e participou da formação de centenas de alunos. A Unidade São Gonçalo é, atualmente, o espaço em que são ministradas as aulas e realizadas as atividades práticas da maioria dos cursos do IFPB Campus Sousa, fortalecendo o caráter essencialmente agrícola do campus em relação às demais unidades do IFPB.

O professor Everaldo Mariano falou um pouco sobre as diferenças entre uma escola agrícola e uma industrial. “Primeiro, os nossos laboratórios que são as culturas implantadas (coco, banana, goiaba etc.) e os animais (bovinos, caprinos, aves de postura e corte, apicultura e outros) são atividades que têm vida própria, ou seja,  que necessitam de tratamento diferenciado porque, para serem exploradas e mantidas de forma correta, é preciso que haja dedicação, zelo, cuidados específicos e força de vontade para que os frutos do nosso trabalho possam ser produzidos e assim contribuir com as atividades práticas de ensino-aprendizagem de nossos alunos”, destacou.

A dedicação e o compromisso do professor com a fruticultura se refletem em diversos benefícios para a comunidade acadêmica do IFPB Campus Sousa. Além de funcionarem como laboratório vivo para as atividades de ensino, as culturas frutíferas também servem de matéria-prima para o preparo das refeições servidas nos restaurantes estudantis das Unidade Sede e São Gonçalo. Essa medida é importante porque reduz os custos com a aquisição de alimentos e garante a segurança alimentar e nutricional dos estudantes que frequentam os refeitórios.
 
Sobre o restante da produção da fruticultura, Everaldo explicou que parte do que não é utilizado nos refeitórios vai para a agroindústria e a outra parte é vendida na cooperativa do IFPB Campus Sousa. Nos laboratórios da agroindústria, um dos cursos técnicos do Campus, ofertado nas modalidades Integrado e Proeja, os frutos são transformados em geleia e polpa de frutas por professores e estudantes nas atividades práticas do curso. Em seguida, esses produtos se juntam a outras frutas e aos produtos que vêm das criações de animais como ovos, iogurte e leite e são vendidos na cooperativa com preços mais acessíveis a servidores, colaboradores terceirizados e ao público em geral, o que se revela uma fonte de renda extra para o Campus Sousa e colabora com o abastecimento alimentar da região.

Culturas tão produtivas, no entanto, requerem conhecimento, trabalho e muita paciência. No dia a dia da fruticultura, são desempenhadas atividades como “práticas de adubação, enxertia, estaquia, podas de formação, frutificação e limpeza, controle de pragas e doenças, controle de ervas daninhas, desbaste, colheita e diversas outras”, relatou Everaldo. Além dessas ações, para que as plantas frutíferas possam se desenvolver, é preciso, sobretudo, respeitar o tempo: a hora de plantar, de cuidar e de colher. E disso o professor entende muito bem. Depois de mais de três décadas de contato diário com a terra e os tempos da natureza, Everaldo inicia, em 2021, um novo ciclo: o da aposentadoria.

Às vésperas do Dia Mundial do Meio Ambiente, no segundo ano de uma crise sanitária global, os versos de Jurandy da Feira, imortalizados na voz de Luiz Gonzaga, nos lembram que “o fruto bom dá no tempo no pé pra gente tirar. Quem colhe fora do tempo não sabe o que o tempo dá”. Impossível ouvir essa canção sem relacioná-la à trajetória de cuidado, trabalho e tempo do professor Everaldo no IFPB Campus Sousa. O legado que o professor deixa para a instituição inspira e ensina a compreender os movimentos do tempo e as relações de todo o ecossistema com ele. Ensina, também, que o amor e a dedicação à natureza dão frutos.

Assessoria de comunicação do IFPB Campus Sousa

Fotos: Tibério Araújo e Acervo do IFPB Campus Sousa

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