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Programa InterdisciplinaCidade mostra integração do IFPB com a comunidade

Transmissão ao vivo teve palestra do reitor e envolveu gestão do Campus Sousa e gestores de oito cidades
por Ana Carolina Abiahy publicado: 30/10/2020 18h21 última modificação: 30/10/2020 18h21

Estreitar laços com as cidades mais próximas ao Campus Sousa do IFPB. Este é o principal propósito do Programa InterdisciplinaCidade, criado pelo IFPB Campus Sousa em 2019. Em ano de pandemia e do necessário distanciamento social físico, o desafio foi continuar com esta ideia na segunda versão do evento. Mas, mesmo em versão online, o programa mostrou que o Instituto Federal da Paraíba conseguiu se aproximar da comunidade de seu entorno.

Foi o que percebemos com a transmissão ao vivo do Programa InterdisciplinaCidade no canal da TV IFPB no YouTube, nesta tarde de sexta-feira, 30 de outubro. O evento, que previa a palestra do reitor do IFPB, Nicácio Lopes, sobre a “A arte da resiliência em tempos de novas aprendizagens”, chegou a registrar 270 pessoas assistindo e pode ser conferido neste link

Oito municípios fazem parte do programa: Aparecida, Lastro, Marizópolis, Nazarezinho, Santa Cruz, São Francisco, São José da Lagoa Tapada e Vieirópolis. No ano passado, eles foram envolvidos com atividades esportivas, culturais e pedagógicas, em uma extensa programação do IFPB em parceria com as administrações municipais, principalmente as Secretarias de Educação. O IFPB fez um acompanhamento com os municípios tentando diminuir índices de evasão. Neste ano, estão sendo programadas lives até o mês de dezembro.

O evento desta sexta foi aberto com as boas vindas do diretor geral do Campus Sousa do IFPB, Francisco Cicupira Filho. O professor Chiquinho destacou toda a dedicação do idealizador e organizador do Programa, professor João Edson Rufino. Segundo o diretor, muitos alunos destas cidades procuraram o IFPB para estudar após as atividades do Programa. Ele frisou o estreitamento da relação do campus do IFPB com as secretarias municipais.

“Apesar da gravidade do momento, era preciso realizar a nova versão e foi elaborada uma programação dando ênfase ao ensino, a informação e ao conhecimento. O esporte, que foi um grande pilar em 2019, vai ficar de fora, infelizmente ficou inviabilizado. Gostaria que os secretários transmitissem aos jovens que as atividades voltarão com a mesma força que foi em 2019”.

A diretora de Ensino do campus Sousa, Joselma Mendes Carneiro, ressaltou que 2019 foi um ano muito profícuo devido ao Programa InterdisciplinaCidade. “Foi um ano muito profícuo, de troca, de valiosas experiências que ficaram na memória de todos, durante todas as caravanas que passamos. O programa era um sonho e virou realidade. O IFPB está de portas abertas, não só no momento do InterdisciplinaCidade, mas em todos os momentos, para auxiliar as cidades e seus moradores”, comentou.

O coordenador de Extensão, Pedro Santiago Couto, mencionou as contribuições que o programa trouxe para dentro do IFPB. “Pudemos envolver as cidades do entorno com serviços públicos. Tivemos estudantes de Medicina Veterinária e Educação Física fazendo formação. Entendemos a dimensão do Instituto Federal e a importância deste instrumento público para o desenvolvimento da região”.

O organizador do evento João Edson Rufino, celebrou o sucesso do projeto e comentou que, desde a década de 90, este projeto vinha sendo pensado. “É a expressão de um trabalho conjunto. Sempre discutimos como fazer educação melhor com inserção na comunidade”, apontou o docente. Edson Rufino ressaltou a variedade da programação que incluiu na educação dos municípios temas importantes como o autismo, por exemplo. Ele adiantou que mais quatro municípios aderiram recentemente ao Programa InterdisciplinaCidade.

Os representantes da administração municipal de cada uma das oito cidades fizeram uso da fala durante a transmissão ao vivo para falar sobre a experiência de parceria com o IFPB. Alguns depoimentos ressaltaram que escolas municipais tiveram melhoria dos índices educacionais e pedagógicos após a parceria com o IFPB.

flor de lotus .jpg O reitor Nicácio Lopes iniciou sua saudação lembrando de suas raízes sertanejas e comentou sobre o trocadilho do nome do Programa que evoca a interdisciplinaridade, capilaridade e multiplicidade. “Educação é um exercício apaixonado. Estou como reitor, mas sou professor e estou com saudade da sala de aula”, comentou.

Em sua palestra, ele fez uma abordagem sobre a etimologia e a semântica da palavra resiliência em diversos campos e destacou que a pandemia fez ressurgir uma nova visão de mundo e de formas de agir. “Temos um fenômeno cíclico que é a pandemia e a resiliência que é atitudinal, do ser humano”.

Nicácio lembrou que a resistência às pressões pode ser um grande aprendizado, ainda que forçado, neste momento. “Quais as possibilidades de transpor isto para a educação? Incertezas sobre a formação educacional. Fez com que as pessoas até reduzissem os preconceitos e visões estereotipadas em relação à educação a distância”, destacou o professor.

O medo da morte foi lembrado como fator desencadeador de angústias e também um modo de apresentar novas formas de ver a vida. “O homem tem a ilusão de que sua existência é infinita porque não tem tempo para pensar sobre a fragilidade de sua condição. A pandemia veio para chocar e lembrar que a vida é como uma vela acesa. Todo o acervo de grande impacto emocional acabou se impondo as pessoas”, apontou.

Ele fez uma ponte reflexiva com a literatura como uma oportunidade para atravessar este difícil momento, com a leitura contribuindo para a reconstrução do ser humano, como um caráter terapêutico. Entre as autoras que sustenta esta visão citada pelo palestrante, está a antropóloga Michèle Petit. Ele finalizou a palestra com a imagem da flor de lótus que emerge de águas sujas e é símbolo de renascimento e resiliência e ainda com uma crônica de Rubem Braga sobre o cajueiro.

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