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Estudo analisa impactos do pisoteio animal em áreas de pastagens

Resultados servem de alerta aos produtores rurais para o risco de empobrecimento do solo
por Clébio Melo publicado: 27/09/2016 15h21 última modificação: 27/09/2016 15h21
Exibir carrossel de imagens Foto: Portal Gestão Unificada/Governo da PB Pisoteio animal pode gerar, em situações mais graves, até a desertificação de áreas

Pisoteio animal pode gerar, em situações mais graves, até a desertificação de áreas

Uma prática comum do produtor rural do semiárido brasileiro pode colocar em risco a saúde do solo em áreas de pastagens de bovinos e ovinos. Foi o que detectou uma pesquisa desenvolvida no IFPB – Campus Sousa e que foi descrita no Trabalho de Conclusão de Curso da estudante Paula Oliveira Ferreira, do curso de Tecnologia em Agroecologia.

Através de experimentos, Paula investigou os efeitos do pisoteio animal nos atributos físicos e químicos do solo. Uma das principais consequências encontradas foi a compactação do material que compõe o chão das áreas estudadas. “A pressão do pastejo com bovino e ovino induziram o aumento da densidade do solo e redução na porosidade total”, disse a concluinte. Isso representa uma dificuldade maior no desenvolvimento das plantas que servem de alimento para os animais.

Outro aspecto observado destaca o orientador do estudo, o professor Ednaldo Barbosa Pereira Júnior. Trata-se da diminuição dos níveis de matéria orgânica no solo, resultado, muitas vezes, provocado por um equívoco bem comum dos próprios produtores. “Os animais pastejam, passam para o curral, e aqueles dejetos, as fezes dos animais, que deveriam ser devolvidos para o solo, são doados”, explicou.

O estudo indica ao homem do campo ações de prevenção e recuperação das áreas, como adoção de práticas conservacionistas de manejo do solo, a utilização de adubos verdes e o uso de leguminosas (feijão, soja, fava, etc.), que possuem maior capacidade de desenvolvimento em áreas degradadas. A recuperação das áreas é colocada como um processo lento e difícil. “A falta de planejamento ou de boas práticas agrícolas agravam esse problema”, concluiu Paula.

Desertificação - É a degradação ambiental e socioambiental, particularmente nas zonas áridas, semiáridas e sub-úmidas secas, resultantes de vários fatores e vetores, incluindo as variações climáticas e as atividades humanas.

Acontece nas Áreas Susceptíveis à Desertificação (ASD), que envolve os 9 Estados do Nordeste, e parte de Minas Gerais e do Espírito Santo nas áreas Semiáridas, Subúmidas Secas e em Áreas do Entorno nas quais a razão entre a precipitação anual e evapotranspiração potencial está compreendida entre 0,05 e 0,65.

A ASD se constituem de:

• 1.340.863 km2 (16% do território brasileiro)

• 1.488 municípios (27% do total)

• 31.663.671 habitantes (17% da população brasileira)

• 85% dos cidadãos considerados pobres do país.

 

Clébio Melo – jornalista do IFPB/Sousa, com informações do MMA

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