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Novos grupos abrem mais caminhos para a robótica na capital

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Conheça o Grupo de Sistemas Embarcados e o Laboratório de Instrumentação e Sistemas de Controle em Automação que envolvem estudantes de Automação Industrial e Engenharia Elétrica
publicado: 14/07/2016 15h22 última modificação: 14/07/2016 16h13

No Campus João Pessoa do IFPB, se o Grel já tem uma história consolidada na robótica, novos grupos estão trilhando também o caminho rumo ao sucesso. Uma das iniciativas mais recentes é o Grupo de Estudo em Sistemas Embarcados e Inteligência Computacional, liderado pelo professor Ramon Leonn Victor Medeiros, com aval do CNPq. Ele iniciou o grupo ao lado do docente Thyago Leite, quando estava no campus Princesa Isabel. Por lá, conta que o trabalho com os alunos do curso técnico em Informática foi bem inicial, tendo sido ministrados cursos com informações básicas.

Já no Campus da Capital, Ramon tem a grande ajuda do curso superior de Automação Industrial em que os estudantes são capacitados para criar as peças e sistemas necessários para a robótica. Ele destaca que a diferença é que os próprios grupos criam os componentes, desenvolvem os próprios robôs sem recorrer a kits que prontos.

Atualmente, esse caminho da idealização até a construção vem sendo percorrido pelos estudantes Wesley Souto Maior e Gabriel Bruzaca Cavalcante. Eles estão no quinto período do curso de Automação e vieram do Maranhão e Pernambuco para estudar no IFPB. Ao lado de Júlio Cezar Coelho, novato do curso de Engenharia Elétrica e que participa do Grel, eles têm o desafio de montar robôs para a Competição Latino-Americano de Robótica (Larc), durante Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR).

Nesse ano, a prova envolve a ordenha de uma vaca mecânica e todos os procedimentos para armazenar o leite. “Estamos na fase de modelagem que está 70% concluída, depois passaremos para a construção dos componentes, entre eles um braço articulado. Podemos utilizar mais de um robô e a dificuldade é fazer esses robôs trabalharem juntos”, conta Ramon. Até o final de junho, a equipe tem o desafio de ter os sistemas funcionando, entre eles câmeras para os protótipos dos robôs, que precisam fazer as tarefas repetidamente e dentro do tempo da prova.

Embora o nível de dificuldade pareça alto, isso não assusta a equipe. Júlio participou da OBR no ano passado e desde que fazia o 2ª ano do curso técnico em Eletrônica no Campus estava trabalhando com robótica. “Eu tinha os olhos de fora sobre a área. Mas, quando conheci me apaixonei, pude aplicar todo meu conhecimento do curso, ir além e já colhi frutos. Na OBR, fomos a melhor equipe estreante”, lembra Júlio.

A dedicação de Wesley e Gabriel também não fica atrás, eles estão se dedicando a meta do Larc/OBR sem a ajuda de qualquer bolsa. Mas, a motivação que encontram é de crescimento acadêmico e pessoal. “Estamos projetando com uma visão profissional, não fazemos o trivial. Temos a experiência da rotina, de lidar com maquinário industrial aqui no Campus e resolver problemas que vamos lidar lá fora”, ressalta Gabriel.

Para o docente Ramon, essa é uma grande recompensa. “Eles começam a ser cobrados como profissionais, tem de agir como um time, com metas, responsabilidades. Lidam com visão computacional, inteligência artificial, gestão de projetos, assuntos mais amplos do que o que veriam no curso”, frisa. Outros dois estudantes também estão participando da empreitada: Bárbara Firmino e Juliermes Silva, que são de Automação Industrial. Barbára inclusive foi estudante do curso de técnico de Mecânica do IFPB JP.

Ana Carolina Abiahy – jornalista da Reitoria do IFPB

Linsca do Campus JP desenvolve projetos de robótica desde 2012

O Laboratório de Instrumentação e Sistemas de Controle em Automação (Linsca) surgiu no final de 2012, a partir de uma ideia originada pelo professor Ademar Gonçalves, que foi mobilizando alguns professores das áreas de Sistemas de Controle e Instrumentação a fim montarem um grupo de pesquisa no Campus João Pessoa do IFPB, envolvendo duas áreas de estudo, Automação Industrial e Engenharia Elétrica.

O Linsca é formado por quatro professores do Campus: Ademar Gonçalves; José Bezerra; Ivo Lincoln Araújo e Leonardo Araújo. Também fazem parte do projeto cinco estudantes do Curso Superior de Engenharia Elétrica: Geraldo Rodrigues; Allan Alex de França; Cláudio Quinteiros; e Tainá Oriente.

De acordo com o professor Ademar, que é coordenador do Linsca, o laboratório foi desenvolvido com o objetivo de pesquisar a respeito de Sistemas de Controle e Instrumentação. A partir dessa dinâmica, são desenvolvidas competições, palestras e atividades nas quais os alunos participam e aprimoram o conhecimento adquirido no grupo.

O professor explica que a robótica já pode ser vivenciada no meio social e não apenas onde estão os profissionais da área. “Já existem robôs que limpam piscinas e fazem limpezas domésticas nos Estados Unidos e que custam em torno de 200 dólares”, comentou.

Outro dado importante que o professor mencionou, é que, atualmente, a Paraíba é o estado com maior número de competidores nas etapas regionais das Olimpíadas de Robótica, apesar de ser um estado ainda em desenvolvimento se comparado aos estados do sul e sudeste, e até mesmo outros estados do Nordeste, como Pernambuco e Ceará.

Durante os quatro anos do Grupo, foram produzidos artigos acadêmicos baseados em pesquisas e também oriundos de disciplinas. Alguns trabalhos tiveram como temas a “robótica móvel” e “manipuladores robóticos”. Os trabalhos publicados em congressos serviram para promover os projetos do campus João Pessoa externamente também.

Para o aluno Allan Alex de França, o estudo da robótica é essencial para o desenvolvimento acadêmico deles no decorrer do curso, e as práticas desenvolvidas no laboratório servem como uma ponte para o mercado profissional. “A robótica está diretamente ligada à programação, então ela expande nossa mente para as outras disciplinas, nós acabamos desencadeando um comportamento mais analítico e consequentemente melhoramos nosso desempenho no curso como um todo”, comentou Allan.

Há cerca de dois anos aconteceu a competição mundial de robótica em João Pessoa, a Robocup, e isso desencadeou o interesse nas pessoas pela área, o que acarretou no aumento pela procura do curso de Engenharia Elétrica do Campus JP. “Sem dúvidas, isso é motivo de orgulho para nós, pois sabemos que estamos contribuindo com a sociedade e motivando em outras pessoas o interesse em trabalhar conosco nessa área que é muito promissora”, frisou o professor Ademar.

Jade Santos e Daniela Espínola – da Comunicação Social do campus João Pessoa

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