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EAD avalia polos para aprimorar cursos para mais de 3.500 alunos

É a primeira vez no IFPB que todos os polos estão sendo visitados e as equipes estão podendo discutir com a Diretoria as suas necessidades. Os estudantes também participaram de questionários e avaliaram as unidades. Saiba melhor como funciona a EAD
publicado: 04/08/2016 14h53 última modificação: 04/08/2016 15h05

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A Diretoria Geral de Educação a Distância do IFPB está fazendo um amplo diagnóstico sobre os polos de atendimento aos seus estudantes. Atualmente, o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) tem cerca de 3.500 estudantes distribuídos entre os cursos técnicos subsequentes de Segurança no Trabalho e Secretaria Escolar, os superiores de Licenciatura em Letras (com habilitação em Língua Portuguesa), Licenciatura em Computação e Informática, Bacharelado em Administração Pública e Especialização em Gestão Pública. Esse quantitativo ainda aumenta se somarmos os estudantes da E-tec Idiomas, que fazem cursos de extensão em Espanhol e Inglês.

Os estudantes participaram de um questionário online de avaliação, onde puderam colocar as suas impressões, sugestões de melhorias e problemas a serem sanados para o bom andamento das turmas. A outra parte da avaliação está sendo feita com a visita da equipe sistêmica da EAD do IFPB aos 22 polos de atendimento que devem dar todo o suporte presencial aos estudantes. O diretor da EAD do IFPB, Anderson Bráulio Silva, ressalta que é a primeira vez que essa ação está sendo realizada de forma ampla na instituição. Segundo ele, a medida vai colaborar com a etapa de recredenciamento da EAD/IFPB.

O professor Anderson destaca que esse instrumento de avaliação se detém na infraestrutura dos polos e no acompanhamento pedagógico. A ação deve subsidiar a instituição com parâmetros sobre a qualidade da EAD. Anderson relata que, apesar de existir um acompanhamento diário das ações, também à distância, as reuniões realizadas presencialmente com as equipes dos polos propiciam uma interação em que todos se sentem seguros para expor as problemáticas que precisam ser resolvidas e sugerir práticas positivas. anderson.jpg

Os polos do IFPB são bastante heterogêneos, alguns estão localizados nos campi e outros são em prédios das prefeituras, que são compartilhados com outras universidades públicas. Isso porque a maioria dos cursos superiores do país é ofertada com recursos do programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), enquanto os cursos técnicos são fomentados pela Rede e-Tec Brasil. Mas, Anderson frisa que “o IFPB é pioneiro na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica em ofertar uma Licenciatura totalmente à distância sem programa de fomento, com seus próprios recursos humanos, que é o caso de Letras, no campus João Pessoa”.

Criação dos cursos atende a demandas dos campi

O professor Anderson esclarece que a EAD atende às demandas dos campi. “Não temos autonomia para criar um curso. O campus é quem define, com base no seu eixo tecnológico, se deseja criar um curso EAD, se essa é a forma mais adequada de chegar ao estudante”, explica. A EAD é uma das formas de democratizar o acesso do IFPB às comunidades em que não há um campus funcionando ou ainda de atender o cidadão que enxerga nessa modalidade a melhor forma de estudar.

Apesar de os questionários dos estudantes ainda estarem sendo sistematizados, os principais desafios apontados para o sucesso da EAD foram a infraestrutura de internet nas localidades, a administração pedagógica dos cursos e a motivação para comparecer ao polo nos casos em que isso se faz necessário. Para entender o lado dos profissionais, já foram realizadas reuniões entre coordenadores de polos e de cursos, e com tutores.

A programação das visitas em cada polo segue nesse mês de agosto. Devem ser visitados os polos de Princesa Isabel, Monteiro, Cajazeiras, Sousa, Catolé do Rocha e Patos. O IFPB compartilha com as universidades polos em Pombal, Mari, Araruna, Duas Estradas e Lucena. A maioria dessas cidades não conta com campi do IFPB, ou seja, a EAD é uma forma de ampliar a presença da instituição. Até outubro, deve ser fechada essa radiografia da EAD.

Como esclarece Anderson, o comparecimento ao polo faz parte de exigências pedagógicas dos cursos. Essa presença pode variar dependendo do curso e da modalidade. No ensino superior, por exemplo, a UAB preconiza que sejam feitas presencialmente. Em cursos técnicos, 20% da carga horária devem ser ministrados presencialmente, tendo esses cursos exigências para estágios também. Para dar suporte às atividades práticas, o IFPB conta com dois laboratórios móveis em carretas que foram cedidas pela e-Tec.

Esses são alguns dos muitos detalhes que a maioria ignora em relação aos cursos EAD. Anderson lembra que muitos mitos rondam o ensino virtual como a ideia de que seria mais “fácil”. Na realidade, o curso a distância exige até uma capacidade maior de organização interna do estudante pra dar conta do material postado e de administrar seu próprio tempo. Para auxiliar esse aluno, os polos ficam abertos todos os dias, alternando os horários. São três tutores presenciais por polo e cerca de 200 tutores à distância, que são específicos de cada disciplina, auxiliando nas dúvidas junto ao docente. 

EAD democratiza o acesso

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O diretor ressalta que muitas vezes as especificidades do curso EAD demoram a ser percebidas até pelos profissionais da educação. “Um curso EAD não pode ser criado porque falta sala e o governo não apoia a construção, por exemplo. É preciso entender que a EAD é uma forma de acesso pra atingir comunidades aonde o ensino presencial não chega ou alcançar públicos em ações específicas”, destaca Anderson. Essa decisão de usar a EAD para atingir uma meta específica é o caso do Profuncionário, que tem cursos voltados exclusivamente para profissionais da rede de ensino ou das turmas da Pós em Gestão Pública que tem como alvo os servidores públicos.

Para fazer isso tudo acontecer, a equipe sistêmica da EAD é multidisciplinar contando com pedagogos, analista e técnico de TI, diagramadores, programadores visuais, assistentes em administração. Essa equipe auxilia professores e tutores na construção dos ambientes virtuais, elabora material didático, entre várias ações. Tudo orquestrado com os coordenadores da e-Tec e UAB, e das coordenações de polos e cursos. O suporte didático é bem variado, tendo livros feitos pelas equipes do IFPB, videoaulas, e material que também chega dos programas de fomento. “Na EAD, quando já existe um curso ministrado em outra instituição que seja o mesmo que a gente venha a abrir aqui, somos obrigados por lei a utilizar o mesmo material que é fornecido pelos programas de fomento”, explica Anderson. 

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É preciso compreender também a EAD como uma ferramenta para melhorar o ensino-aprendizagem, quando ela pode ser usada dentro de um curso presencial, em atividades das disciplinas. Anderson lembra que há uma orientação do Plano Nacional de Educação para estimular essas ações. “Os novos professores recém-nomeados já chegam com maior interesse em montar um ambiente virtual para as suas aulas. Nós fornecemos capacitação para isso justamente com um curso à distância”, conta Anderson. 

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Há um aumento também na criação de cursos à distância para capacitar os próprios servidores da instituição. O exemplo veio da Procuradoria que realizou diversos cursos de capacitação ministrados pelos próprios servidores do setor, atendendo colegas da reitoria e dos campi, em parceria com a Diretoria de Gestão de Pessoas. A DGEP também está fazendo parte do programa de ambientação para novos servidores através da EAD. Cursos de extensão estão sendo cogitados para os campi de João Pessoa e Campina Grande, na área de redes de computadores.

Mesmo com tantas ações, o planejamento da EAD é pra ampliar o leque com novos cursos superiores e técnicos. Isso faz parte da institucionalização da EAD na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica que, segundo Anderson, está se fortalecendo. “É preciso entender que o aluno da EAD tem os mesmos direitos de um aluno de curso presencial. Ele também participa de pesquisa, acessa biblioteca, apresenta trabalho em congressos. Tivemos estudantes de Letras apresentando trabalhos em congresso internacional”, frisa o professor da área de TI que se apaixonou por educação à distância. Ainda nesse ano, o IFPB deve formar a turma pioneira do curso superior de Letras, que está com inscrições abertas até 22 de agosto.

Ana Carolina Abiahy – jornalista do IFPB

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